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Palestinos irão a ONU pedir adesão como membro pleno

Esta é a primeira vez que a OLP revela suas intenções na estratégia de pedir o reconhecimento da comunidade internacional para um Estado com as fronteiras de 1967

O presidente palestino Mahmoud Abbas submeterá a solicitação ao Conselho de Segurança antes de seu discurso na ONU, previsto para 23 de setembro (Getty Images)

O presidente palestino Mahmoud Abbas submeterá a solicitação ao Conselho de Segurança antes de seu discurso na ONU, previsto para 23 de setembro (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2011 às 08h43.

Ramala - Os palestinos pedirão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas sua admissão como membro de pleno direito, declarou nesta terça-feira o negociador palestino Mohammed Shtaye em encontro em Ramala com jornalistas.

Shtaye, membro do Comitê Político da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), assinalou que irão ao Conselho de Segurança para pedir adesão como membros de pleno direito e "com as fronteiras de 1967".

Em declaração na qual não se referiu ao provável veto dos Estados Unidos, o negociador palestino explicou que o presidente Mahmoud Abbas submeterá a solicitação ao Conselho antes de seu discurso na ONU, previsto para 23 de setembro.

Trata-se da primeira vez que a OLP revela suas intenções na estratégia de pedir o reconhecimento da comunidade internacional para um Estado com as fronteiras de 1967.

Até agora se especulava também a possibilidade de buscar uma declaração política na Assembleia Geral para não ter de enfrentar o veto americano.

"São coisas que não podem ser feitas ao mesmo tempo", matizou Shtaye sobre ambas as possibilidades, e acrescentou que "se não passar pelo Conselho, então veremos o que vamos fazer".

Na segunda-feira, o presidente Barack Obama confirmou que os Estados Unidos se oporão "firmemente" ao pedido de ingresso pleno como Estado, porque recorrer à ONU só serviria de "distração e não resolveria o problema".

No encontro com os jornalistas, o último de um negociador palestino antes da delegação da OLP viajar a Nova York, Shtaye minimizou a importância da possibilidade de não serem aceitos, e lembrou que no passado outros países tiveram de tentar várias vezes.

"A decisão de ir à ONU faz parte de uma estratégia para passar de um marco bilateral de conversas a um marco multilateral", abundou.

"Não é o final do mundo, é abrir uma janela ao processo de paz", considerou sobre uma estratégia que conta com o apoio de mais de 140 países, mas com a rejeição dos EUA, Israel e alguns países da União Europeia, que apóiam a opção negociadora como única solução possível ao conflito de Oriente Meio.

Segundo Shtaye, "não há nenhuma contradição entre ir à ONU e as negociações com Israel, às que estamos abertos se houver termos claros de referência".

Também descartou que, a esta altura, a OLP possa voltar atrás se o Quarteto de Madri, que poderia reunir-se nos próximos dias, emitisse uma declaração para o início de negociações.

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