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Palestinos denunciam nova ocupação israelense na Cisjordânia

OLP assegurou que Israel mostra sua rejeição à saída do conflito através da solução de dois Estados


	Palestinos trabalham no assentamento judeu de Alon, na Cisjordânia
 (Menahem Kahana/AFP)

Palestinos trabalham no assentamento judeu de Alon, na Cisjordânia (Menahem Kahana/AFP)

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Da Redação

Publicado em 31 de agosto de 2014 às 13h16.

Jerusalém - A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) denunciou neste domingo outra ocupação israelense de terras cisjordanianas e assegurou que com esta estratégia Israel mostra sua rejeição à saída do conflito através da solução de dois Estados.

"A notificação de hoje representa claramente a intenção deliberada de Israel de acabar com a presença palestina sobre a terra e impor obstinadamente e "de fato" a solução de um Estado", criticou Hanan Ashrawi, membro do comitê executivo da OLP, em um comunidade divulgado por seu escritório.

A política palestina fez referência ao anúncio de Israel que declara como estatais mais de 4 mil metros quadrados de terra no bloco de assentamentos de Gush Etzion, situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron, um passo ilegal segundo o direito internacional.

O passo foi dado depois que o Exército israelense argumentou que na sua opinião não existe reivindicação privada de possíveis proprietários palestinos sobre a citada terra, informou hoje a edição digital do jornal "Yedioth Ahronoth".

"Sob sua última campanha de agressão e terror em Gaza, Israel realizou uma campanha de intensificação da violência, expansão dos assentamentos e demolição de casas", rejeitou Ashrawi.

Segundo a política, esta operação foi iniciada em meados de junho, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, responsabilizou o movimento islamita Hamas pelo desaparecimento de três jovens judeus perto de Gush Etzion, na Cisjordânia.

Desde então, "32 palestinos morreram na Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental), aproximadamente 1.397 palestinos ficaram feridos, 1.472 novas unidades de moradia em assentamentos foram anunciadas, cerca de 1.753 palestinos foram detidos e pelo menos 50 construções propriedade de palestinos, demolidas", enumerou Ashrawi.

"É evidente que Israel, por si só, quer sabotar qualquer possibilidade para a paz e a solução dos dois Estados", sentenciou a política palestina.

Na sua opinião, "o governo israelense provou mais uma vez que não é um cúmplice para a paz e nem um membro da comunidade internacional que respeita o Estado de direito global e o consenso. Israel deve fazer frente às sanções legais, políticas e econômicas por suas violações do direito internacional na Palestina", solicitou.

"A impunidade, criminalidade e ilegalidade são o caminho seguro para guerra, não para paz", concluiu Ashrawi.

A decisão foi duramente criticada por ONGs israelenses e movimentos pacifistas e antiocupação como "Paz Agora", que consideram que significa colocar um novo obstáculo para uma solução negociada ao conflito entre palestinos e israelenses.

A mencionada zona, conhecida como o assentamento Gva'ot, era até agora considerada um bairro da colônia Alon Shvut, ilegal segundo o direito internacional, e até o momento não tinha sido reconhecida por Israel porque foi construído sem permissões estatais, expôs o "Yedioth Ahronoth".

Em julho deste ano, os colonos do local voltaram a exigir seu reconhecimento estatal após o assassinato dos três estudantes judeus desaparecidos.

Apesar do anúncio, o governo israelense deverá esperar os 45 de dias de rigor para permitir possíveis alegações e reivindicações.

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