As forças de segurança israelenses durante manifestação palestina em Qalandiya, Ramallah, na Cisjordânia (Abbas Momani/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 06h43.
Ramallah - Os palestinos submeterão na quarta-feira ao Conselho de Segurança da ONU seu projeto de resolução para reivindicar o fim da ocupação israelense, ao que os Estados Unidos reagiram com uma ameaça de veto, disseram nesta terça dois altos funcionários à AFP.
"Enviaremos amanhã nosso projeto ao Conselho de Segurança da ONU", disse na noite desta terça-feira à AFP Nimr Hamad, conselheiro do presidente palestino, Mahmud Abbas.
O principal negociador palestino, Saeb Erakat, se reuniu nesta terça-feira, em Londres, com o secretário de Estado americano, John Kerry, que lhe disse que os Estados Unidos vetarão o texto, explicou o dirigente palestino à AFP.
"Kerry disse à delegação palestina: 'Vamos vetá-lo'", afirmou Erakat.
O secretário de Estado americano destacou que "compreendemos a frustração reprimida pelas duas partes, e conhecemos o risco de uma escalada, que é constante e real, o que torna imperativo reduzir a temperatura".
Kerry, que já analisou a questão com o chanceler russo, Serguei Lavrov, e com o premier israelense, Benjamin Netanyahu, deve fazer uma escala em Paris para conversar com os ministros de Relações Exteriores de França, Laurent Fabius, Grã-Bretanha, Philip Hammond, e Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.
Diante da paralisia das conversações de paz, o aumento da pressão dos moradores e o crescente apoio internacional, os palestinos acreditam que podem obter uma resolução da ONU para por um fim à ocupação israelense.
Depois que a última rodada de conversações de paz, apoiada pelos Estados Unidos, fracassou em abril e diante do aumento da violência na Cisjordânia e em Jerusalém oriental, os especialistas afirmam que os palestinos estão convencidos de que uma resolução da ONU é o único caminho.
Várias negociações de paz falharam em resolver as questões chave do conflito: a criação de um Estado palestino com fronteiras definidas, o destino dos refugiados palestinos e o estatuto de Jerusalém.
A frustração dos palestinos aumentou, fomentada pela expansão permanente das colônias israelenses em terras palestinas.