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Palestina pede que rejeição a "chantagem" dos EUA sobre Jerusalém

Os EUA ameaaram com consequências os países que votarem contra o país na Assembleia Geral, insistindo que lembrará da postura quando forem pedir apoio

Palestina: "O veto não nos deterá. Não seremos amedrontados", assegurou o ministro palestino (foto/AFP)

Palestina: "O veto não nos deterá. Não seremos amedrontados", assegurou o ministro palestino (foto/AFP)

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EFE

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 16h09.

Nações Unidas - O ministro de Relações Exteriores palestino, Riyad al-Maliki, pediu nesta quinta-feira a todos os países do mundo que rejeitem a "chantagem" e a "intimidação" dos Estados Unidos e vote contra a declaração de Jerusalém como capital de Israel.

"A história grava nomes, lembra nomes. O nome dos que estão do lado correto e dos que dizem falsidades", disse Al Maliki perante a Assembleia Geral da ONU.

Este órgão, do qual fazem parte os 193 países das Nações Unidas, vota hoje uma resolução crítica sobre a decisão americano envolvendo Jerusalém, depois que Washington vetou nesta semana um texto similar no Conselho de Segurança.

"O veto não nos deterá. Não seremos amedrontados", assegurou o ministro palestino, que denunciou a decisão do presidente americano, Donald Trump, como "ilegal" e contrária ao consenso internacional.

Para Al Maliki, o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense danifica o papel dos EUA como "mediador" no conflito do Oriente Médio e supõe um ataque contra os palestinos.

Washington ameaçou com consequências os países que votarem contra os EUA na Assembleia Geral, insistindo que lembrará da postura quando forem pedir apoio.

A resolução foi apresentada hoje oficialmente perante a Assembleia pelo Iêmen e a Turquia, cujo ministro de Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, criticou duramente os EUA por suas ameaças.

"Pediu a todos que votem 'não' ou teremos que aguentar as consequências. Alguns inclusive foram ameaçados com cortes na ajuda ao desenvolvimento. Essa atitude é inaceitável", disse.

"Isto é abuso e esta câmara não se renderá a isso. É pouco ético achar que os votos e a dignidade dos Estados-membros estão à venda", disse.

"Não seremos intimidados. Podem ser fortes, mas isso não lhes faz ter razão", constatou.

Apesar das palavras dos ministros palestino e turco, os Estados Unidos reiteraram hoje suas advertências durante o debate através da sua embaixadora na ONU, Nikki Haley.

"Este dia será recordado", disse Haley, que assegurou que os EUA não esquecerão dos votos quando os países lhe pedirem ajuda ou quando reclame que continue sendo o principal apoio econômico das Nações Unidas.

Imediatamente depois de Haley se dirigiu à Assembleia Geral o embaixador israelense, Danny Danon, que reiterou que o fato que Jerusalém seja a capital de Israel é algo "que simplesmente não pode ser disputado".

Danon disse que a votação de hoje não é mais que uma "distração" e acusou os países que a apoiam de se somar a um "espetáculo de marionetes".

"São como marionetes obrigadas a dançar enquanto os líderes palestinos olham para com regozijo", acrescentou.

"Não há dúvidas de que esta resolução terminará no cesto dos papéis da história", afirmou o diplomata israelense, que reclamou que Jerusalém sempre será a "eterna capital" de Israel.

Durante o seu discurso, Danon mostrou à Assembleia Geral uma moeda do ano 67 na qual está escrito "Liberdade para Sion", um antigo setor de atual Jerusalém, e que, segundo o diplomata, demonstra a "antiga conexão dos judeus com Jerusalém".

Antes de terminar seu discurso Danon, a embaixadora americana, que tinha discursado previamente, deixou a Assembleia Geral, quando ainda faltavam dezenas de representantes para expôr sua posição.

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