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Países poluidores debatem mudanças climáticas em NY

Principais emissores do mundo se reúnem em encontra preparatório antes da conferência de Cancún no fim do ano

Partcipam da reunião os países responsáveis por 80% das emissões de CO2 (AFP/Richard A. Brooks)

Partcipam da reunião os países responsáveis por 80% das emissões de CO2 (AFP/Richard A. Brooks)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Nova York - Representantes do Brasil e de outros países responsáveis por 80% das emissões de gases de efeito estufa se reúnem esta segunda e terça-feiras, em Nova York, para abordar as mudanças climáticas e tentar impulsionar negociações para combatê-las, embora analistas esperem poucas mudanças.

O Fórum das principais economias sobre Energia e Clima conta com a presença de altas autoridades governamentais, inclusive o enviado especial americano para as mudanças climáticas, Todd Stern.

Representantes de Brasil, Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, China, União Europeia, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, África do Sul, Coreia do Sul e Estados Unidos participam do encontro.

O presidente americano, Barack Obama, promoveu a reunião para facilitar as negociações sobre o tema, após a decepção da cúpula de Copenhague, no ano passado.

O próximo grande encontro com vistas a se alcançar um acordo internacional para combater as mudanças climáticas que substitua o protocolo de Kyoto - que expira em 2012 - será a conferência de Cancún, no México, de 29 de novembro a 10 de dezembro.

Entretanto, "não acho que ninguém espere algum anúncio importante", disse Michael Levi, analista do Conselho de Relações Exteriores.

"É um encontro de trabalho. Muitos protagonistas estão no mesmo local e no mesmo momento", aproveitando sua presença no debate da Assembleia Geral da ONU, explicou à AFP.

O caminho para Cancún não se anuncia fácil. O ecologista Bill McKibben, cofundador do grupo de defesa do meio ambiente 350.org, disse que o fracasso do Congresso americano em aprovar uma lei para combater o aquecimento global torna "muito difícil" que se chegue a um acordo importante em Cancún.

"Acho que os próximos dois anos serão decepcionantes em termos de ações e teremos que usar este tempo para construir um movimento poderoso para obter atos reais na próxima vez que se abrir uma brecha política", declarou.

Em junho, a Câmara de Representantes americana aprovou um projeto de lei que impõe limites às emissões de carbono e permite a comercialização de bônus de emissões de carbono.

O Senado deve, agora, ratificá-lo, mas há a oposição de democratas e republicanos dos Estados que dependem da indústria do carbono e de hidrocarbonetos.

"Uma mudança real contradiria o modelo de negócios da indústria de combustíveis fósseis", afirmou McKibben, advertindo que a indústria é poderosa demais para permitir que o Congresso apoie a redução de emissões de gases de efeito estufa.

McKibben defende, ao contrário, uma maior ação global para criar um "movimento maciço" que apoie a redução destas emissões.

Ministros de Meio Ambiente de 45 países têm previsto reunir-se em Genebra, ainda este mês, a convite dos governos de México e Suíça.

E os negociadores dos 194 países signatários da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas se reunirão em outubro, em Tianjin, China, para uma rodada final de conversações preparatórias para a conferência de Cancún.

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