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Países pedem para que Mianmar cesse violência contra rohingyas

As autoridades de Mianmar não reconhecem a cidadania dos rohingyas, já que os considera imigrantes bengaleses, e lhes impõe múltiplas restrições

Mianmar: o país pode estar ocorrendo uma limpeza étnica da minoria muçulmana rohingya (Katie Arnold/Reuters)

Mianmar: o país pode estar ocorrendo uma limpeza étnica da minoria muçulmana rohingya (Katie Arnold/Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 20h06.

Nações Unidas - Um grupo de países, liderados pelo Reino Unido, se reuniram nesta segunda-feira em Nova York com representantes do governo de Mianmar para pedir-lhes que detenham a violência contra os rohingyas e permitam o fornecimento de ajuda.

Na reunião, organizada pelo Executivo britânico às margens da Assembleia Geral da ONU, participaram ministros de Bangladesh, Indonésia, Turquia, Austrália, Canadá, Suécia, Dinamarca e a representante dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.

Segundo o Reino Unido, todos eles pediram a Mianmar o fim da violência, acesso humanitário sem impedimentos para as organizações internacionais e a implementação das recomendações da comissão liderada pelo ex-secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

Um dia antes que rebrotasse a violência, esse grupo apresentou 88 pontos com o objetivo de solucionar os problemas sectários no estado de Rakhine entre os rohingyas e a maioria budista.

"Ainda que Mianmar, sem dúvida, tenha feito progressos encorajadores para a democracia durante os últimos anos, a situação em Rakhine, os terríveis abusos dos direitos humanos e a violência são uma mancha na reputação do país", disse o ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson.

Segundo Johnson, é "vital" que a líder de fato do país, Aung San Suu Kyi, e o governo "deixem claro que estes abusos têm que parar".

"Estou animado pela nossa discussão e pela participação de altos representantes birmaneses, mas agora temos que ver ação para parar a violência e abrir acesso humanitário imediato", reforçou através de um comunicado.

Haley, por sua parte, disse que os EUA continuarão insistindo às autoridades birmanesas para que detenham as operações militares e se comprometam a facilitar o retorno seguro dos civis aos seus lares.

"Ainda não estamos vendo melhoras sobre o terreno e seguimos escutando informações de violência e sofrimento", declarou a diplomata em um comunicado.

A crise de Mianmar é uma das várias que serão abordadas ao longo da semana pelos líderes mundiais nos encontros que terão às margens da Assembleia Geral da ONU.

As Nações Unidas advertiram que no país pode estar ocorrendo uma limpeza étnica da minoria muçulmana rohingya, além de possíveis crimes contra a humanidade.

Mais de 400.000 rohingyas fugiram para Bangladesh desde o último dia 25 de agosto devido à onda de violência suscitada contra eles em Mianmar, onde o exército realiza uma campanha militar em resposta a um ataque de um grupo de insurgentes dessa etnia contra postos policiais.

As autoridades de Mianmar, país de maioria budista, não reconhecem a cidadania dos rohingyas, já que os considera imigrantes bengaleses, e lhes impõe múltiplas restrições, inclusive a privação de movimentos.

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