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Países declaram apoio a Correa

Representantes de países e entidades latino-americanas se defenderam a manutenção da democracia equatoriana

Além do presidente da Unasul, Nestor Kirchner, o Brasil e a OEA, entre outros, declararam apoio a Correa (AFP/Guillermo Legaria)

Além do presidente da Unasul, Nestor Kirchner, o Brasil e a OEA, entre outros, declararam apoio a Correa (AFP/Guillermo Legaria)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Madri - Os países da América Latina rejeitaram hoje a tentativa de golpe de Estado denunciada pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, e expressaram "solidariedade" ao líder diante da crise causada pelos protestos de policiais e militares.

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, quem se encontra de visita no Haiti, se comunicou com seu colega do Equador, Ricardo Patiño, para expressar-lhe "solidariedade" com o Governo e "a democracia" dessa nação.

Policiais e militares equatorianos saíram hoje as ruas para protestar por um projeto de lei que elimina benefícios sociais e protagonizaram incidentes nos quais se viu envolvido inclusive o presidente Correa, quem denunciou tentativas de desestabilizar a democracia no Equador.

Amorim "tomou conhecimento com preocupação das manifestações no Equador", diz uma nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

O comunicado explica que Amorim "mantém informado" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sobre gestões em curso para uma resposta firme e coordenada do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e da Organização dos Estados Americanos (OEA)".

Por sua vez, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, denunciou uma tentativa de golpe de Estado contra Correa e pediu aos povos da Unasul para que fiquem "alertas".

"Estão tentando derrubar o presidente Correa. Alerta, povos da Aliança Bolivariana! Alerta, povos da Unasul! Viva Correa!", expressou Chávez em sua conta no Twitter.

O Governo argentino também rejeitou "a sublevação de forças militares e policiais que põem em risco as instituições democráticas no Equador", condenou as "ações desestabilizadoras" e expressou apoio ao Governo Correa.

"A América Latina não aceita mais ataques à democracia nem tentativas de burlar a vontade popular que se manifesta nas urnas. A Argentina estará à frente da defesa da democracia e dos direitos humanos juntamente com os países irmãos da Unasul e do Mercosul", acrescentou um comunicado do Governo de Cristina Kirchner.

O Governo mexicano manifestou hoje respaldo ao presidente do Equador, Rafael Correa, e expressou confiança de que as instituições desse país sul-americano encontrem uma solução perante a crise política que vive após um protesto policial.

"O Governo do México expressa sua preocupação pelos fatos ocorridos hoje na República do Equador e que podem afetar a vida institucional nesse país irmão", indicou a Chancelaria mexicana em um breve comunicado.

O Ministério das Relações Exteriores do México acrescentou que acredita que as "instituições encontrarão uma solução para esta situação no marco do Estado de Direito e mediante o diálogo e a conciliação".


O Governo de Cuba também condenou "o golpe de Estado que se desenvolve no Equador", expressando "completo respaldo" ao presidente Correa e pedindo ao Governo dos Estados Unidos a se pronunciarem contra a tentativa golpista, porque "uma omissão o tornaria cúmplice".

O chanceler Bruno Rodríguez leu em Havana perante a imprensa uma mensagem do governante Raúl Castro onde se expressa a "enérgica" rejeição de Cuba à tentativa golpista da "oligarquia e grupos conspiradores" do Equador.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, condenou o que chamou de "vergonhosa conspiração" que enfrenta hoje seu colega do Equador, que, em sua opinião, busca dar um "golpe de Estado".

"Esta é uma nova tentativa de evitar à força e com violência, como ocorreu em Honduras, a imparável mudança revolucionária em toda a América Latina", diz uma carta enviada por Morales a Correa.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, também expressou o "mais absoluto respaldo" de seu Governo a Correa.

Piñera, quem disse ter falado "profunda e extensamente" com seu colega equatoriano, lhe expressou "nosso pleno e total apoio à ordem constitucional, à democracia e ao Governo constitucional do presidente Rafael Correa", disse o líder em entrevista à imprensa no Palácio de La Moneda em Santiago.

Por sua vez, o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón, ressaltou que seu país só reconhece como Governo "legítimo" do Equador o que é liderado por Correa.

"Nós reconhecemos como o Governo legítimo do Equador o Governo que é liderado pelo presidente Rafael Correa", indicou Garzón à imprensa em Bogotá.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, expressou rejeição perante a "sublevação de setores armados" enfrentada pelo Governo do Equador e condenou os que buscam desestabilizar a democracia nesse país.

Também manifestou seu respaldo a Correa o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, quem expressou confiança em que o Governo do Equador possa controlar os protestos de policiais e militares que tomaram hoje um quartel em Quito e forçaram o fechamento do aeroporto após ocuparem a pista.

"Temos confiança em que o Governo do Equador controle a situação", disse Insulza em declarações ao "Canal 24 Horas", da emissora estatal da televisão chilena ("TVN").

Da mesma forma, o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), o argentino Néstor Kirchner, declarou o firme "compromisso e a mais absoluta solidariedade" com Correa.

O Governo espanhol foi outro que expressou total respaldo ao Executivo do Equador e às instituições democráticas desse país perante as notícias de uma "tentativa de golpe de Estado" e condenou "qualquer ruptura da legalidade constitucional".

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