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Países europeus reconhecem Guaidó como presidente interino da Venezuela

Com o fim do prazo para a convocação de novas eleições, muitos países europeus reconheceram Juan Guaidó como presidente interino

Guaidò: o líder da oposição conta cada vez mais com o apoio internacional para a realização de novas eleições (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Guaidò: o líder da oposição conta cada vez mais com o apoio internacional para a realização de novas eleições (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Isabela Rovaroto

Isabela Rovaroto

Publicado em 4 de fevereiro de 2019 às 09h04.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2019 às 14h19.

São Paulo  França, Reino Unido, Espanha, Portugal, Alemanha, Áustria, Holanda, Suécia, Polônia, Dinamarca, Bélgica, República Tcheca e Países bálticos reconheceram nesta segunda-feira o líder da oposição, Juan Guaidó, de 35 anos, como presidente interino da Venezuela. A decisão foi anunciada com fim do prazo dado por países europeus ao governo de Nicolás Maduro para a convocação de novas eleições.

No domingo, Maduro voltou a dizer que rejeita a possibilidade de deixar o poder e convocar novas eleições presidenciais, porque não aceita "ultimatos de ninguém". Em entrevista à emissora de televisão espanhola "La Sexta", o líder venezuelano garantiu que o presidente americano, "Donald Trump impôs ao Ocidente uma política equivocada" sobre a Venezuela, e afirmou: "Não vamos nos submeter".

O governo de Maduro enfrentou nas últimas semanas uma onda de protestos liderado pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que se autodeclarou presidente interino no mês passado. Os Estados Unidos e o Brasil já reconhecem o líder da oposição, enquanto Maduro conta com o apoio da China e da Rússia, que denunciam as tentativas de derrubar o governo.

Tuítes

O primeiro ministro-espanhol, Pedro Sánchez, declarou nesta segunda-feira que apoia Juan Guaidó e que espera que ele convoque novas eleições na Venezuela "no menor tempo possível".

Pouco depois, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jemery Hunt, falou sobre o prazo de oito dias dado por países europeus para a convocação de novas eleições na Venezuela e afirmou reconhecer Guaidó como presidente interino até que "eleições confiáveis possam ser realizadas".

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o povo venezuelano tem direito de se expressar "livre e democraticamente" e que Juan Guaidó será responsável por implementar um novo processo eleitoral na Venezuela.

Em resposta as declarações de apoio, Juan Guaidó agradeceu o reconhecimento de todos os países. Em sua página no Twitter, o político falou sobre a recuperação da Venezuela e o fim da crise política, social, econômica e humanitária que assombra o país.

Apoio da população

Levantamento da Ideia Big data mostra que 78% dos venezuelanos apoiam a destituição de Nicolás Maduro da presidência do país. A pesquisa de opinião - conduzida entre os dias 25 e 27 de janeiro, nas cidades de Caracas, Maracaibo, Valenzia, Barquisimeto e Ciudad Guiana - mostra também que 39% dos venezuelanos reconhecem Juan Guaidó na posição de presidente interino da Venezuela

Grupo de contato

Em busca de uma solução pacífica para a crise, um grupo internacional de contato formado por países da UE e da América Latina, como Uruguai e México, terá sua primeira reunião na quinta-feira em Montevidéu.

Maduro disse esperar que “uma mesa de diálogo surja disso”.

Mas Guaidó diz que não se prestará a “diálogos falsos”.

Depois de duas grandes manifestações, a oposição afirma que os protestos continuarão “até que a usurpação do poder acabe” e já anunciou uma marcha para o dia 12 de fevereiro.

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