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Países emergentes lideram investimentos em energias verdes

Os investimentos mundiais no setor aumentaram 32% em 2010

Queda do preço dos painéis solares ajuda investimentos em energias renováveis (Christof Stache/AFP)

Queda do preço dos painéis solares ajuda investimentos em energias renováveis (Christof Stache/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 14h11.

Paris - Os países em desenvolvimento se tornaram em 2010 os maiores investidores em projetos de energias verdes em grande escala graças à entrada da África e do Oriente Médio e ao constante progresso deste setor na China e na América Latina, informa a ONU.

Os investimentos mundiais em energias renováveis totalizaram ano passado 211 bilhões de dólares, o que representa um aumento de 32% na comparação com os 160 bilhões investidos em 2009, destaca o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

"Pela primeira vez, as economias em desenvolvimento registraram vantagem sobre as desenvolvidas no quesito 'novos investimentos financeiros'", relacionados com projetos "voltados aos serviços públicos e ao fornecimento de capital de participação para as empresas de energia renovável".

"Neste campo, os países em desenvolvimento investiram 72 bilhões de dólares e as economias desenvolvidas 70 bilhões, o que marca uma diferença a respeito de 2004, quando os novos investimentos dos países em desenvolvimento representavam apenas 25% da quantia dos países desenvolvidos".

O maior avanço de investimentos em energias verdes em grande escala em 2010 corresponde a África e Oriente Médio, com um aumento de 104%, a cinco bilhões de dólares.

"América do Sul e Central aumentaram os investimentos em 39%, a US$ 13,1 bilhões".

Mas a líder mundial foi a China, com 48,9 bilhões de dólares em novos investimentos financeiros em energias renováveis e um aumento de 28% em relação a 2009, destaca o PNUMA.

A Índia aumentou os investimentos em energias renováveis em 25%, a US$ 3,8 bilhões.

Na Europa, os novos recursos para energias renováveis em grande escala caíram 22%, a 35,2 bilhões de dólares.


O diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner, vê boas perspectivas para o setor.

"A convenção da ONU sobre o clima que acontecerá em Durban este ano e reunião de cúpula Rio+20 em 2012 no Brasil oferecem oportunidades chaves para acelerar e intensificar esta transição positiva para uma economia verde baixa em emissão de carbono, com um bom aproveitamento dos recursos dentro do desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza", declarou.

O menor ritmo dos grandes projetos na Europa foi "compensado com folga por uma expansão na instalação de projetos de pequena escala, predominantemente, painéis solares de teto", afirma o PNUMA.

Os motivos do aumento mundial dos investimentos nas fontes renováveis de energia se devem a uma combinação de fatores, destaca o PNUMA, que cita entre elas as ajudas para estimular o crescimento após a crise financeira de 2008, o nível elevado dos preços das energias fósseis e as ofertas dos governos de comprar energia limpa a tarifas interessantes.

Com exceção dos grandes diques, a energia renovável representou 8,1% da capacidade mundial de produção de energia elétrica no mundo em 2010, contra 7,1% em 2009.

Apesar de constituir ainda uma escassa parte da matriz energética mundial, os investimentos nas renováveis representaram 34% da capacidade adicional de eletricidade introduzida nas redes em 2010.

O setor eólico, o mais desenvolvido atualmente, continuou dominando e no ano passado alcançou o total de 94,7 bilhões de dólares. A energia solar registrou US$ 26,1 bilhões de dólares e a biomassa e a reciclagem para produção de energia 11 bilhões.

Os investimentos em "baixa capacidade distribuída" aumentaram 132% na Alemanha, a 34 bilhões de dólares, 59% na Itália (5,5 bilhões de dólares), 150% na França (2,7 bilhões) e 163% na República Tcheca (2,3 bilhões).

Os preços dos painéis solares por megawatt caíram 60% desde meados de 2008, fazendo deste tipo de energia algo muito mais competitivo em alguns países, concluiu o PNUMA.

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