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Países do sudeste asiático se unem contra a poluição dos oceanos

Cinco países da Ásia são responsáveis por mais da metade dos 8 milhões de toneladas de plástico descartados por ano nos oceanos

Poluição: o Greenpeace pediu aos países que parem de aceitar lixo de vizinhos (Nastco/Thinkstock)

Poluição: o Greenpeace pediu aos países que parem de aceitar lixo de vizinhos (Nastco/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 23 de junho de 2019 às 12h21.

Os países do Sudeste Asiático, que estão entre os mais poluidores do planeta, chegaram a um acordo neste fim de semana durante uma cúpula da A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) em Bangcoc para combater a poluição dos oceanos.

Cinco países da Ásia (China, Indonésia, Filipinas, Vietnã e Tailândia) são responsáveis por mais da metade dos 8 milhões de toneladas de plástico descartados por ano nos oceanos, de acordo com um relatório de 2017 da ONG Ocean Conservancy.

A Asean, que inclui a Indonésia, Malásia, Singapura, Tailândia, Filipinas, Brunei, Vietnã, Laos, Birmânia e Camboja, é o quinto bloco econômico mundial, atrás da União Europeia, dos Estados Unidos, da China e do Japão.

Representa 9% da população mundial, ou seja, quase 650 milhões de habitantes.

No sábado à noite, adotou durante a cúpula que celebra até este domingo uma "Declaração de Bangcoc sobre a luta contra a poluição marítima na Asean".

No texto, os 10 países da organização se comprometem a "reduzir significativamente o lixo marinho" produzido em seus territórios.

No entanto, como é frequente no caso de documentos da Asean, nenhuma medida específica foi definida para alcançar esse objetivo.

O acordo também omite penalidades para as empresas ou países infratores.

Os ambientalistas, que há anos denunciam a ausência de uma política de preservação do meio ambiente e de compromisso dos governos da região contra o uso de sacolas plásticas, permanecem céticos.

"Se o uso de plásticos não for reduzido, essa 'Declaração de Bangcoc' não funcionará", reagiu Tara Buakamsri, do Greenpeace da Tailândia.

O Greenpeace pediu aos países que parem de aceitar lixo de vizinhos, pois os detritos podem acabar em aterros sanitários e hidrovias se não forem devidamente processados.

Buakamsri disse que a declaração de resíduos marítimos deveria ser ampliada para incluir a espinhosa questão de proibir as importações de plástico.

"Não esperávamos que eles realmente incorporassem essa questão à cúpula porque não há vontade política", declarou ainda.

A cúpula da Asean é realizada em dois grandes hotéis, com um ambiente glacial devido ao ar condicionado e com muitas garrafas plásticas disponíveis para os participantes.

A Tailândia é especialmente um mau aluno em termos de luta contra o uso de plástico devido à utilização intensiva de embalagens plásticas e à distribuição de sacolas nas lojas.

Imagens de canais entupidos por detritos de plástico nas Filipinas, praias vietnamitas cobertas de lixo e tartarugas mortas por engolir sacolas plásticas na Tailândia percorreram o mundo e alarmaram a opinião pública, mas os governos asiáticos ainda não tomaram medidas radicais a respeito do problema.

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