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Países da Europa adotam medidas de controle contra ebola

Verificações têm o objetivo de reforçar as medidas e permitir um melhor acompanhamento na União Europeia de possíveis infectados pelo vírus

Aeroporto de Madri-Barajas: aeroportos da Europa farão controle para prevenção do ebola (Dani Pozo/AFP)

Aeroporto de Madri-Barajas: aeroportos da Europa farão controle para prevenção do ebola (Dani Pozo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 16h54.

Genebra - A União Europeia decidiu verificar a eficácia dos controles anti-ebola nos aeroportos dos três países africanos mais afetados pela epidemia, que já fez quase 4.500 mortos e constitui "uma ameaça para a paz", segundo o Conselho de Segurança da ONU.

As verificações acontecerão em cooperação com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com o objetivo de reforçar as medidas, em caso de necessidade, e permitir um melhor acompanhamento na União Europeia de possíveis infectados pelo vírus, anunciou o comissário europeu da Saúde, Tonio Borg.

Contudo, não há consenso sobre medidas de controle a serem implementadas nos pontos de entrada na Europa, como Londres e Paris decidiram instaurar.

O dispositivo estará ativo a partir de sábado no aeroporto parisiense de Roissy Charles de Gaulle.

A OMS informou que não recomendava os controles implementados nos aeroportos na chegada de passageiros para detectar quaisquer pessoas infectadas na África pelo vírus ebola.

"Isso pode dar uma falsa sensação de segurança. Aferir a temperatura dos passageiros só indicará aqueles que já apresentam sintomas. Estes sintomas podem ser detectados após passar pela alfândega e entrar no país", explicou a diretora do departamento de alerta e ação da organização da saúde, Isabelle Nuttall.

Medidas de controle

Em Madri, um passageiro da Air France foi submetido a um exame médico nesta quinta-feira no pouso de um avião da companhia aérea, seguindo o protocolo de emergência para ebola.

O avião, vindo de Paris, foi conduzido a uma área especial, onde uma equipe médica embarcou para examinar o passageiro, segundo a agência de transporte aéreo espanhola AENA.

Apesar das reservas da OMS, muitos países decidiram reforçar as medidas de controle em suas fronteiras.

Medidas adicionais devem ser decretadas nesta quinta em quatro aeroportos americanos: os aeroportos Liberty em Newark (perto de Nova York), O'Hare em Chicago, Hartsfield em Atlanta, e Dulles em Washington.

Por sua vez, as autoridades haitianas anunciaram a implementação de controles sanitários em suas fronteira para prevenir o aparecimento da doença no país, que já vive uma epidemia de cólera que matou mais de 9.000 haitianos em três anos.

Em Dubai, um turista vindo da Libéria via Marrocos, foi colocado em quarentena por sintomas suspeitos.

O Marrocos, um dos poucos países que mantém voos diretos com os países afetados, anunciou um "plano nacional" para "impedir a entrada do vírus" no reino.

Por fim, os líderes dos nove países da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) vão se reunir segunda-feira em Havana para se preparar para um eventual aparecimento do ebola na região, anunciaram autoridades cubanas.

No combate à epidemia, quinze países africanos próximos da área mais afetada pelo ebola vão receber da OMS ajuda para evitar a propagação da epidemia.

De acordo com o último relatório da OMS, a febre hemorrágica já matou 4.493 pessoas em 8.997 casos registados em sete países (Libéria, Serra Leoa, Guiné, Nigéria, Senegal, Espanha e Estados Unidos).

A OMS teme um aumento no número de infecções, que pode chegar a 10 mil novos casos por semana até o final do ano no oeste africano, contra mil atualmente.

"O avanço sem precedentes da epidemia de ebola no oeste africano representa uma ameaça para a paz e a segurança internacional", reiterou na quarta-feira o Conselho de Segurança ONU, que cobrou de seus países membros uma maior ajuda financeira e material aos países afetados.

África deve 'fazer mais'

Frente a essa urgência, o presidente americano, Barack Obama, prometeu uma resposta "muito mais agressiva" para evitar novos casos, após a contaminação de duas enfermeiras nos Estados Unidos.

Neste contexto, o presidente da Câmara de Representantes e outros legisladores americanos pediram ao governo que feche o território aos cidadãos dos três países africanos mais afetados pelo ebola.

Nesta quinta-feira, a presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, considerou que a África deve mobilizar mais recursos humanos para lutar contra a epidemia que atinge o oeste do continente.

"Quando a comunidade internacional fez suas promessas (de ajuda), poucos países se comprometeram a disponibilizar recursos humanos", lamentou.

"E, no entanto, ainda que a infra-estrutura fosse construída, necessitaremos de homens, profissionais de saúde, para trabalhar nos hospitais e centros de tratamento", acrescentou.

Na Libéria, a ministra dos Transportes, Angela Cassell-Bush, se colocou voluntariamente em quarentena após a morte de seu motorista pelo vírus.

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