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Países asiáticos reagem à suspeita de espionagem

Países asiáticos reagiram às suspeitas de que os Estados Unidos e a Austrália espionaram a região, com reações mais fortes em países como Indonésia e Malásia


	Letras "NSA" e máscara de Edward Snowden em protesto: movimentos terroristas e traficantes de pessoas são o principal foco da espionagem
 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Letras "NSA" e máscara de Edward Snowden em protesto: movimentos terroristas e traficantes de pessoas são o principal foco da espionagem (Kai Pfaffenbach/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 08h18.

Bangcoc - Os países asiáticos reagiram às suspeitas de que os Estados Unidos e a Austrália espionaram a região, com reações mais fortes em países como Indonésia e Malásia e mais brandas na Tailândia, Camboja e Mianmar.

A resposta mais contundente partiu do governo indonésio, que convocou o embaixador australiano em Jacarta, Greg Moriarty, para esclarecer as acusações de espionagem supostamente realizadas da embaixada da Austrália na capital da Indonésia.

Moriarty, que manteve uma reunião de 20 minutos com o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores indonésio, classificou a reunião como "um bom encontro", segundo o canal "ABC".

O ministro das Relações Exteriores indonésio, Marty Natalegawa, que se encontra na cidade australiana de Perth para participar de uma cúpula regional, discutiu o tema com a chanceler australiana, Julie Bishop.

Natalegawa disse que seu governo se encontra "obviamente muito preocupado" pelas informações publicadas, pois "acima de tudo" se trata de um assunto de "confiança" entre os países.

O Ministério das Relações Exteriores da Indonésia emitiu ontem à noite uma declaração exigindo que a Austrália esclarecesse as informações publicadas ontem no jornal "The Sydney Morning Herald", que indicam que a Austrália usa suas embaixadas em outros países para obter informação para o seu serviço de inteligência.

Os movimentos de supostos terroristas e traficantes de pessoas são o principal foco da espionagem australiana na Indonésia, apontaram os meios de comunicação do grupo Fairfax, que citam um ex-oficial da inteligência australiana, que por razões de segurança não foi identificado.

A Indonésia também divulgou na quarta-feira uma carta de protesto contra os Estados Unidos pela suposta espionagem de ligações telefônicas e redes de comunicações praticadas da embaixada americana em Jacarta.


"A Indonésia não pode aceitar e protesta energicamente contra os relatórios que indicam a existência de instalações para escutas telefônicas na embaixada dos EUA em Jacarta", afirmou Natalegawa em um comunicado.

"Se for confirmado, estas ações não só são uma brecha na segurança, mas também uma grave violação da ética e normas diplomáticas e indubitavelmente não é o espírito para relações amistosas entre ambas as nações", questionou o chanceler.

O "The Sydney Morning Herald" também denunciou que os EUA também espionaram Tailândia, Malásia, Camboja e Mianmar das embaixadas americanas nestes países.

O governo da Malásia "solicitou um esclarecimento" sobre as acusações ao embaixador americano em Kuala Lumpur, Joseph Kun, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores local.

"As autoridades malaias pertinentes e o Ministério das Relações Exteriores estão trabalhando de maneira conjunta para encontrar evidências convincentes sobre as acusações", disse o comunicado.

Mais brandas foram as reações dos governos da Tailândia, que classificou as denúncias como informações "sem fundamento", e o Camboja, que não se surpreendeu com a suposta espionagem.

"Os Estados Unidos realizam uma vigilância eletrônica há muito tempo. Não é nenhuma surpresa para nós", comentou Khieu Kanharith, porta-voz do governo cambojano.

Já o executivo birmanês assinalou que ainda não existem "provas sólidas" sobre a espionagem, embora o porta-voz governamental, Ye Htut, pediu aos EUA que não violem o "direito das pessoas e interfira em assuntos de outro país se sua segurança nacional não está sob ameaça".

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