Mundo

Pai e filha morrem afogados tentando chegar aos EUA; foto chocou o mundo

Foto que mostra os corpos de pai e filha no Rio Bravo, do lado mexicano da fronteira entre México e Estados Unidos, chocou o mundo

Pai e filha afogados (a foto nítida, um tanto chocante, está no meio do texto da notícia) (AFP/AFP)

Pai e filha afogados (a foto nítida, um tanto chocante, está no meio do texto da notícia) (AFP/AFP)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de junho de 2019 às 10h15.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 19h11.

São Paulo — Um homem de El Salvador e uma criança de quase dois anos, pai e filha, morreram afogados ao atravessar o Rio Bravo na altura da cidade de Matamoros, que fica no estado de Tamaulipas, no México, tentando chegar aos Estados Unidos.

Os corpos foram encontrados na manhã da última segunda-feira, mas o incidente se deu no domingo, 23. Uma foto do pai e da filha foi registrada pela jornalista Julia Le Duc e comoveu o mundo por destacar por destacar o drama das pessoas que deixam seus países de origem na tentativa de fugir da violência e da pobreza e em busca de uma vida melhor em outro lugar.

A foto, chocante, pode impressionar os mais sensíveis. Veja abaixo:

Pai e filha morrem afogados na fronteira entre o México e os Estados Unidos

A história por trás da foto

De acordo com a jornalista, que relatou o momento em que fez a foto ao jornal britânico The Guardian, a mãe da criança, Vanessa, de 21 anos, relatou que a família procurou os serviços americanos na fronteira na esperança de solicitar asilo nos Estados Unidos. Por ser final de semana, o escritório estava fechado.

Ao deixar o local e se deparar com o rio, seu marido, Óscar Martínez Ramírez, de 25 anos e ex-cozinheiro em El Salvador, teria dito: “Vamos atravessar aqui”. Ele então colocou a filha, Valéria, por dentro de sua camisa para tentar atravessar o rio. Conseguiram.

A mãe também tentou atravessar o rio, antes do incidente com Oscar e Valéria e acompanhada por um amigo da família, mas eles desistiram e retornaram ao lado mexicano.

Óscar então deixou a menina já do lado americano e voltava para buscar a esposa. Ao olhar para trás, a pequena havia retornado à água. Ele tentou salvá-la, em vão, e os dois se afogaram diante do olhar de Vanessa.

A família estava em Tapachula, no estado mexicano de Chiapas, desde a semana passada. No México, no entanto, viviam há cerca de dois meses. No último domingo, decidiram seguir para os Estados Unidos.

Dados da Organização Internacional de Migração (OIM), referentes ao mês de maio de 2019, revelaram que mais de 40 pessoas morreram tentando atravessar o Rio Bravo.

Nas Américas, o número de fatalidades entre migrantes é de 408. Globalmente, há 244 milhões de migrantes, o equivalente a 3,3% da população mundial. O número de deslocados à força, contudo, superou neste ano a marca de 70 milhões depessoas.

Repercussão

Em coletiva, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, mencionou o incidente com a família Martínez. “É muito triste que isso tenha acontecido”, disse ele, "há pessoas que perdem suas vidas no deserto ou cruzando o Rio Bravo", continuou.

Enquanto o mundo se comovia com a foto, nos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes, que é de maioria democrata, aprovou um pacote de ajuda humanitária no valor de 4,5 bilhões de dólares para os migrantes na fronteira sul do país. A iniciativa, contudo, ainda precisa ser aprovada no Senado, de maioria republicana.

Foto lembra o caso de Aylan Kurdi

A imagem do pai e filha, registrada por Julia, comoveu o mundo e lembrou o caso do menino sírio Aylan Kurdi, que foi encontrado morto em uma praia da Turquia, em setembro de 2015, quando tentava fugir da guerra civil na Síria.

Acompanhe tudo sobre:El SalvadorEstados Unidos (EUA)ImigraçãoMéxico

Mais de Mundo

Em Nova York, Milei se encontra pela 3ª vez com Musk

Evo Morales lidera marcha contra presidente da Bolívia em meio a tensões políticas

Ataque de Israel ao Líbano é revoltante e há risco de guerra total, diz Celso Amorim

Superiate naufragado na Itália pode guardar 'dados confidenciais' e senhas de governos nos cofres