Mundo

Pai de jovem morto pelo EI nega que seu filho fosse espião

Progenitor assegura que o argumento dado pelo EI de que seu filho trabalhava para o serviço de espionagem israelense é uma "mentira"


	Progenitor assegura que o argumento dado pelo EI de que seu filho trabalhava para o serviço de espionagem israelense é uma"mentira"
 (AFP)

Progenitor assegura que o argumento dado pelo EI de que seu filho trabalhava para o serviço de espionagem israelense é uma"mentira" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 09h23.

Jerusalém - Said Musallam, o pai do jovem árabe-israelense assassinado pelo Estado Islâmico (EI), segundo um vídeo divulgado na internet, afirmou nesta quarta-feira à Agência Efe que seu filho não era um espião do Mossad e que os autores deste assassinato pagarão por isso.

"Recebi a notícia que tinha sido morto pela boca de um jornalista israelense, não sabíamos nada dele além de que estava detido perto da fronteira com a Turquia", declarou o pai em entrevista em sua casa de Neveh Yacov, um bairro judaico do leste de Jerusalém construído em território ocupado em 1967.

O progenitor assegura que o argumento dado pelo EI de que seu filho trabalhava para o serviço de espionagem israelense é uma "mentira", porque "o mataram para que não contasse tudo o que tinha visto".

"Pense só. Deixariam ele livre após uma lavagem cerebral e treinamento.... para que depois chegasse a Israel, fosse detido e contasse tudo o que tinha visto na Síria?, se pergunta na entrevista.

Muhamad, de 19 anos, aparece em um vídeo divulgado ontem pelo EI vestido com o habitual macacão de cor laranja, ajoelhado e com dois islamitas atrás, um deles uma criança que aparentemente é quem o executa com um disparo.

Há meses ele decidiu viajar à Síria, através da Turquia, para se alistar nas fileiras do EI, mas em certo momento decidiu abandonar o grupo e retornar, contou hoje seu pai.

Há dois meses, as família recebeu a notícia de sua detenção, mas desde então não tiveram mais informações, até ontem.

O EI, que não diz quando aconteceu a execução, argumentou que ele trabalhava para o Mossad porque tinha nacionalidade israelense, como um número indeterminado de palestinos que vivem em Jerusalém Oriental.

Motorista da companhia israelense de transportes Egged, Musallam assegura que Abu Bakr al-Baghdadi, o autoproclamado califa do Estado Islâmico, "acabará pagando pelo que fez".

"Se o mundo decidir formar um Exército para lutar contra Daesh (EI), eu e meus outros três filhos seremos os primeiros a nos alistar para vingar sua morte", insiste ao exigir respostas de al-Baghdadi sobre a execução de seu filho.

E acrescenta "sem ter visto o vídeo", que apesar de ele ter sido morto, para ele "Muhamad sempre estará vivo".

Acompanhe tudo sobre:AssassinatosCrimeEspionagemEstado IslâmicoMortes

Mais de Mundo

Trump diz que definirá tarifas unilaterais nas próximas duas semanas

Sob Trump, confiança nos EUA cai ao redor do mundo, incluindo no Brasil, revela pesquisa

EUA anuncia retirada de diplomatas do Iraque em meio a tensões com o Irã

Militares dos EUA autorizam saída voluntária de familiares de tropas no Oriente Médio