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Padrinhos de refugiados alemães reaproximam famílias sírias

Ele não quis dar o nome para proteger seus familiares ainda morando em Aleppo, que está sendo disputada por forças do governo e rebeldes


	Refugiados aguardam para receber assistência em Berlim: os presentes eram de Aleppo, cidade devastada pelos cinco anos de guerra civil na Síria
 (Tobias Schwarz/AFP)

Refugiados aguardam para receber assistência em Berlim: os presentes eram de Aleppo, cidade devastada pelos cinco anos de guerra civil na Síria (Tobias Schwarz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2016 às 11h04.

Berlim - Três dias após uma reunião emotiva com seu filho mais novo em Berlim, um sírio de 71 anos entregou óleo de oliva, uma barra de sabão de louro, um adorno de parede feito à mão e uma caixa de doces de pistache a um alemão de 56 anos que jamais havia visto antes.

Os presentes eram de Aleppo, cidade devastada pelos cinco anos de guerra civil na Síria da qual ele e o filho conseguiram escapar graças a Martin Figur, engenheiro alemão e pai de quatro filhos.

Figur é um dos "Padrinhos de Refugiados" que uma organização sem fins lucrativos de mesmo nome aproximou da família síria e que busca patrocinadores dispostos a ajudar sírios já na Alemanha a levar seus parentes para o país europeu.

"Durante a guerra, os alemães – governo e povo – vêm mostrando que são amigos mais próximos do povo sírio do que os árabes", afirmou o pai sírio a Figur no encontro dos dois, que a Reuters testemunhou.

Ele não quis dar o nome para proteger seus familiares ainda morando em Aleppo, que está sendo disputada por forças do governo e rebeldes.

Os controles rígidos nas fronteiras europeias, as regras mais severas para a concessão de asilo e o pacto entre a Turquia e a União Europeia para conter a entrada de imigrantes em solo turco saídos da Grécia vêm deixando muitos sírios residentes na Alemanha aflitos na busca de maneiras de ajudar seus parentes ainda na terra natal a partir em busca de salvação.

A chegada de mais de um milhão de imigrantes à Alemanha no ano passado levou o governo alemão a endurecer a concessão de asilos, incluindo uma proibição de dois anos para a reunião de familiares de pessoas que têm status limitado de refugiados, o que piorou sua situação.

Martin Keune, proprietário de uma agência de publicidade, descobriu os "Padrinhos de Refugiados" no ano passado, depois que dois sírios postulantes a asilo que ele hospedava imploraram para que ele os ajudasse a trazer seus familiares.

Keune se inspirou na história do tio judeu de sua esposa, que sobreviveu ao Holocausto graças a um casal britânico que o adotou enquanto o resto de sua família foi enviada de Berlim para o campo de extermínio nazista de Cracóvia, na Polônia, onde todos faleceram.       

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