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Padre reformista elogia tom do papa, porém pede mais

Padre Helmut Schuller afirmou que as mulheres deveriam ser aceitas no clero e que os homossexuais precisam de justiça, não de misericórdia

Papa Francisco durante missa na praia de Copacabana: pontífice adotou um tom moderado ao dizer que os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados (Luca Zennaro/Reuters)

Papa Francisco durante missa na praia de Copacabana: pontífice adotou um tom moderado ao dizer que os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados (Luca Zennaro/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2013 às 21h12.

Chicago - Um padre austríaco que causou polêmica na Europa ao contestar tabus católicos afirmou nesta quarta-feira que as mulheres deveriam ser aceitas no clero e que os homossexuais precisam de justiça, não de misericórdia.

Helmut Schuller, líder de um grupo clerical austríaco conhecido por seu "Chamado à Desobediência" contra certas posições da Igreja, tem atraído entusiasmadas multidões durante uma viagem por 15 cidades dos Estados Unidos.

O religioso, que foi proibido por bispos norte-americanos de falar dentro de igrejas católicas durante a viagem iniciada em meados de julho, elogiou as recentes declarações do papa Francisco sobre os direitos dos homossexuais, mas afirmou que a discussão deveria ir além.

Durante seu voo do Rio para a Itália, no domingo, Francisco adotou um tom moderado ao dizer que os homossexuais não devem ser julgados nem marginalizados, e sim integrados à sociedade. No entanto, o pontífice reiterou o ensinamento da Igreja de que atos homossexuais são pecaminosos.

Em entrevista telefônica, Schuller afirmou que as palavras do papa são "uma boa abertura" e que os homossexuais parecem contentes em encontrarem na Igreja um tom mais simpático do que em outros tempos. Mas ele ressalvou que "não é só uma questão de misericórdia, mas também uma questão de justiça respeitar os homossexuais".

Na mesma entrevista depois de sua visita ao Brasil, Francisco reafirmou que "a porta está fechada" para a ordenação de mulheres, outro tema pelo qual o grupo de Schuller faz campanha.

"Quem fechou a porta?", questionou o padre. "Não é possível achar que a discussão deva ser encerrada. Devemos não só bater à porta como também tentar abri-la outra vez." A Igreja Católica diz que não pode ordenar mulheres porque Jesus escolheu de boa vontade apenas homens como seus apóstolos. Os defensores da causa alegam que Jesus estava apenas agindo de acordo com os costumes de sua época.

Segundo uma pesquisa New York Times/CBS News divulgada neste ano, 70 por cento dos católicos dos Estados Unidos são favoráveis à ordenação de mulheres.

Na semana passada, havia alguns padres e freiras entre as cerca de 500 pessoas que assistiram a um discurso público de Schuller em Chicago. O religioso tem se reunido reservadamente com alguns colegas locais, mas várias dioceses, como em Boston e Detroit, proibiram-no de falar em imóveis eclesiásticos.

"Os que não estão em harmonia com os ensinamentos da Igreja Católica naquilo que falam não deveriam receber um espaço", afirmou Joe Kohn, porta-voz da arquidiocese de Detroit.

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