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Padre que culpou mulheres por violência sexual deixa Igreja

Padre italiano Piero Corsi, que acusou mulheres de serem em parte culpadas por sofrerem violência sexual, abandonou sacerdócio por se considerar "indigno"


	Mulher reza em uma Igreja Católica: pároco afirmava que o problema da violência sexual acontece porque as mulheres "provocam, ficam arrogantes e se acham autossuficientes"
 (Danish Ismail/Reuters)

Mulher reza em uma Igreja Católica: pároco afirmava que o problema da violência sexual acontece porque as mulheres "provocam, ficam arrogantes e se acham autossuficientes" (Danish Ismail/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 08h58.

Roma - O padre italiano Piero Corsi, que despertou forte polêmica em seu país ao acusar as mulheres de serem em parte culpadas por sofrerem violência sexual anunciou nesta quinta-feira que deixou o sacerdócio por se considerar "indigno".

"Após uma noite sem dormir pela dor e o remorso pela justa polêmica que minha imprudente provocação causou, comunico que deixo o hábito (roupa eclesiástica), do qual me sinto indigno", disse.

Corsi, padre em Lerici, cidade do noroeste da Itália, tinha fixado no portão de sua igreja uma nota intitulada "Mulheres e Violência de Gênero", na qual dizia que muitas vezes "uma imprensa fanática e desviada" joga a culpa de tudo no homem.

O pároco afirmava que o problema da violência sexual acontece porque as mulheres, "cada vez mais, provocam, ficam arrogantes e se acham autossuficientes, e acabam por exasperar as tensões".

"Quantas vezes vemos moças e senhoras maduras caminharem pela rua com vestidos provocantes e justos! Quantas traições se consumam nos lugares de trabalho, nos ginásios e nos cinemas! Poderia ser evitado, já que despertam os piores instintos, e depois se chega à violência ou ao abuso sexual".

Essas afirmações causaram indignação em associações de mulheres, que pediram ações tanto da Igreja Católica como das instituições políticas italianas.

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