Mundo

Padre do Vaticano nega acusações de lavagem de dinheiro

Nunzio Scarano, detido pela polícia na sexta-feira devido investigação sobre o banco do Vaticano, negou acusações de lavagem de dinheiro e corrupção

(Reprodução de vídeo) Scarano é escoltado por policiais após ser preso em Roma: clérigo "reafirmou sua moralidade e disponibilidade para cooperar com as autoridades italianas", segundo advogados (AFP)

(Reprodução de vídeo) Scarano é escoltado por policiais após ser preso em Roma: clérigo "reafirmou sua moralidade e disponibilidade para cooperar com as autoridades italianas", segundo advogados (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 13h50.

Roma - O prelado da Santa Sé detido sexta-feira pela polícia italiana como parte de uma investigação da Justiça sobre o Instituto para as Obras de Religião (IOR), o banco do Vaticano, negou as acusações de lavagem de dinheiro e corrupção que pesam contra ele.

Nunzio Scarano, um padre nomeado "monsenhor", título de honra concedido apenas por seu tempo na Santa Sé, de 61 anos, "reafirmou sua moralidade e disponibilidade para cooperar com as autoridades italianas", indicaram seus advogados, citados pela imprensa.

"Ele se defendeu e nós pedimos que sua detenção seja em domicílio, ou em um local onde ele possa celebrar a missa", declararam Francesco Caroleo Grimaldi, Silverio Sica e Luca Paternostro, após uma reunião de três horas com o seu cliente junto com a juíza Barbara Callari.

Nunzio Scarano trabalhava como contador na Administração do Patrimônio da Sede Apostólica (APSA), organismo que administra os bens da Santa Sé. Segundo a Promotoria, ele e outras duas pessoas - um suboficial membro do Serviço de Informação e Segurança do Ministério do Exterior e um intermediário financeiro - tentaram repatriar da Suíça 20 milhões de euros, "fruto de uma fraude fiscal".

Scarano "não está bem, está estressado e tem dormido mal", indicaram seus advogados.


Este caso faz parte de uma ampla investigação iniciada pela justiça italiana em setembro de 2010 contra o então presidente do IOR Ettore Gotti Tedeschi e o diretor geral da época Paolo Cipriani. Os dois são acusados de violação da lei contra a lavagem de dinheiro.

Dezenas de milhões de euros foram bloqueados na investigação, que provocou, entre outras medidas, a destituição da direção do IOR.

Ao longo dos anos, diversos escândalos mancharam a reputação do IOR, já que grupos criminosos aproveitaram o anonimato ou testas-de-ferro para lavar dinheiro.

O Papa Bento XVI e seu sucessor Francisco decidiram limpar o IOR, nomeando novos responsáveis e instaurando medidas de controle mais severas.

O banco do Vaticano administra 19.000 contas pertencentes, em sua maioria, ao clero católico, o que representa quase sete bilhões de euros, que incluem tanto pessoas de menor hierarquia, como bispos, cardeais e alguns diplomatas, assim como as transferências de dinheiro das congregações religiosas.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesLavagem de dinheiroPaíses ricosPapa FranciscoPapasVaticano

Mais de Mundo

Trump avalia adiar proibição do TikTok por 90 dias após assumir presidência dos EUA

Rússia admite ter atingido alvos em Kiev em retaliação aos ataques de Belgorod

Mídia americana se organiza para o retorno 'vingativo' de Trump

'Vários feridos' em acidente com teleférico em estação de esqui na Espanha