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Pacto entre Talibã e EUA no Afeganistão pode fortalecer Estado Islâmico

Apesar do acordo prever um possível cessar-fogo do Talibã, as autoridades do Afeganistão temem a saída de tropas americanas do país

Talibã: a filiada afegã do Estado Islâmico surgiu no leste do país em 2014 (Parwiz/Reuters)

Talibã: a filiada afegã do Estado Islâmico surgiu no leste do país em 2014 (Parwiz/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de agosto de 2019 às 15h14.

Cabul/Jalalabad — Um acordo entre o Talibã e os Estados Unidos para a retirada das forças norte-americanas da guerra do Afeganistão, a mais longa de sua história, poderia induzir alguns combatentes radicais do grupo a se unirem ao Estado Islâmico, disseram autoridades afegãs e militantes.

Tal acordo deve levar os EUA a retirarem suas forças em troca de uma promessa do Talibã de que não permitirá que o Afeganistão seja usado por militantes para tramar ataques internacionais.

Como parte do pacto, espera-se que o Talibã se comprometa a conversar sobre uma divisão de poder com o governo apoiado pelos EUA e trabalhar por um cessar-fogo.

A filiada afegã do Estado Islâmico, conhecida como Estado Islâmico Khorasanem homenagem a um nome antigo da região, surgiu no leste do Afeganistão em 2014, e desde então se insinuou em outras áreas, particularmente do norte.

Os militares dos EUA os estimam em dois mil combatentes. Algumas autoridades afegãs avaliam que o número é maior e que pode estar prestes a receber reforços.

"É uma grande oportunidade para o Daesh (Estado Islâmico) recrutar combatentes do Talibã, e sem dúvida muitos combatentes do Talibã se unirão a eles com prazer", disse Sohrab Qaderi, membro do conselho da província de Nangarhar, na fronteira com o Paquistão.

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