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Pacto do Brexit deve ser rejeitado e May corre perigo no cargo, diz jornal

Caso o acordo governamental for rejeitado em 12 de março, os deputados votarão em dias seguintes se desejam uma saída não negociada da UE

Brexit: governo em minoria de May ainda negocia com Bruxelas possíveis concessões (Toby Melville/Reuters)

Brexit: governo em minoria de May ainda negocia com Bruxelas possíveis concessões (Toby Melville/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de março de 2019 às 10h39.

Londres - Dois destacados deputados eurocéticos britânicos advertiram ao Governo que o pacto de "Brexit" (saída do Reino Unido da UE) será rejeitado na próxima terça-feira se não houver grandes mudanças em artigo publicado neste domingo no jornal "The Sunday Telegraph".

Já o "The Sunday Times" informou que outros parlamentares poderiam condicionar o apoio ao acordo proposto pela primeira-ministra conservadora, Theresa May, ao abandono do cargo em junho, para que um substituto dirigisse a fase seguinte das negociações com Bruxelas.

Em artigo publicado no "The Sunday Telegraph", Steve Baker, da ala dura eurocética dos conservadores, e Nigel Dodds, do Partido Democrático Unionista (DUP) da Irlanda do Norte - membros do Executivo -, avisam que "um acordo de saída sem mudanças será rejeitado com firmeza" na votação prevista para a próxima terça-feira na Câmara dos Comuns.

O Governo em minoria de May, que ainda negocia com Bruxelas possíveis concessões, necessita do voto destes deputados para que seja aprovado o seu tratado, que já foi derrotado com contundência em uma primeira votação em 15 de janeiro.

Os eurocéticos querem garantias legalmente vinculativas de que não será permanente a polêmica salvaguarda incluída para evitar uma fronteira física na ilha da Irlanda após a saída da União Europeia (UE), principal empecilho para a aprovação do pacto.

Baker e Dodds também avisam que atrasar a saída do bloco, como querem alguns parlamentares a fim de evitar um "brexit" duro, seria "uma calamidade" e uma traição ao resultado do referendo de 2016, em que 52% dos britânicos apoiaram deixar a UE.

O "The Sunday Times" revelou que May foi advertida por alguns conservadores, incluídos ministros, de que poderia ter de renunciar antes de junho como condição para a aprovação de seu tratado.

Segundo o jornal, já estão preparados para possíveis eleições internas o ex-ministro para a saída da UE Dominic Raab; o antigo ministro de Relações Exteriores Boris Johnson; e o atual ministro de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, e de Interior, Sajid Javid.

"The Sunday Times" antecipou, além disso, que na declaração fiscal ao Parlamento da próxima quarta-feira, o ministro de Economia, Philip Hammond, prometerá aumentar o gasto público em cerca de 20 bilhões de libras (23,1 bilhões de euros) se a Câmara dos Comum aprovar eventualmente um acordo de "brexit".

Se, por outro lado, o Reino Unido acabar saindo da UE sem pacto, o Governo mudaria suas prioridades em um orçamento de emergência.

Segundo a agenda prevista, se o acordo governamental for rejeitado em 12 de março, os deputados votarão em dias seguintes se desejam uma saída não negociada da UE e, em caso de resposta negativa, se querem atrasar a data do "brexit", previsto para 29 de março.

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