Mahmoud Abbas se encontra com ministros do novo governo de unidade, na Cisjordânia (Majdi Mohammed/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de junho de 2014 às 20h56.
Gaza - Um líder do grupo islâmico palestino Hamas acusou nesta terça-feira a Fatah, partido do presidente Mahmoud Abbas, de ameaçar o acordo de reconciliação uma semana depois da formação de um governo de unidade para encerrar a disputa entre as duas partes.
Os problemas entre Hamas e Fatah surgiram poucos dias depois de o novo gabinete tomar posse, quando deixou de pagar cerca de 40 mil funcionários civis contratados pelo Hamas na Faixa de Gaza, alegando que os empregados tinham que ser aprovados antes de receber seu salário.
Policiais revoltados leais ao Hamas ordenaram o fechamento de todos os bancos em Gaza até o assunto ser resolvido, aplicando mais um golpe em uma economia já fragilizada.
As tensões migraram para a Cisjordânia na segunda-feira, quando o Hamas disse que forças de segurança leais a Abbas interromperam violentamente um comício organizado pelo movimento e atacaram o veterano líder islâmico Hassan Youssef.
“Desde que o pacto de reconciliação foi assinado, aumentou o fosso entre nós e a Fatah e as forças de segurança”, declarou Youssef a repórteres na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, nesta terça-feira.
“Isto não é unidade. Estão fazendo isso para nos forçar a dizer que não queremos a reconciliação. Queremos a reconciliação”, afirmou a autoridade do Hamas, acusando os policiais de Abbas de confiscar as bandeiras verdes características do movimento e de deter os seus apoiadores.