An Oxfam sign is seen on a wall in Corail, a camp for displaced people of the earthquake of 2010, on the outskirts of Port-au-Prince, Haiti, February 17, 2018. REUTERS/Andres Martinez Casares (Andres Martinez Casares/Reuters)
AFP
Publicado em 16 de junho de 2018 às 10h36.
A Oxfam GB terá que economizar milhões de libras e reduzir seus programas, afirmou neste sábado (16) a ONG, que perdeu doadores após o escândalo provocado pela revelação de abusos sexuais cometidos por funcionários no Haiti em 2010.
"Devido ao comportamento revoltante de alguns de nossos ex-funcionários no Haiti e dos erros de nossa parte na hora de tratar desse caso, agora temos menos dinheiro para levar água potável, alimentos e outras formas de apoio a pessoas que necessitam", comentou uma porta-voz da Oxfam GB em nota.
A ONG integra a confederação Oxfam International, que reúne 20 organizações. Agora, ela terá que economizar 16 milhões de libras, disse a porta-voz à AFP, confirmando uma informação publicada pelo jornal The Guardian.
Para isso, a Oxfam planeja fazer cortes de vagas na sede e nas "funções de apoio" para "poder continuar com o grosso de nosso trabalho nos locais".
"Estamos imensamente gratos por todos aqueles - nove em cada dez de nossos doadores regulares - que continuaram nos apoiando durante este período difícil", acrescentou a porta-voz.
A imprensa britânica revelou em fevereiro um escândalo de abusos sexuais cometidos por membros da missão humanitária da Oxfam GB no Haiti, após o terremoto de 2010.
Em 2011, a ONG conduziu uma investigação interna, que levou sete de seus funcionários no Haiti a deixarem a organização, quatro deles demitidos por "falta grave".
Mas a investigação não se tornou pública até fevereiro, quando foi revelada pela imprensa britânica.
Em maio, o diretor-geral da Oxfam GB, Mark Goldring, anunciou sua renúncia.
Nesta quarta-feira, o Haiti anunciou ter retirado sua autorização à Oxfam GB "por violação da legislação haitiana e por violação grave do princípio-chave da dignidade das pessoas".