Avião é derrubado na Líbia: Alemanha e Turquia tem restrição a entrada da Otan nas operações (AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2011 às 17h27.
Bruxelas - Os países da Otan encerraram a segunda-feira sem acordo sobre uma possível implicação da organização em operações na Líbia e voltarão a estudar a questão na terça-feira, indicaram fontes da Aliança.
"Ainda não foi tomada a decisão de atuar", reconheceram as fontes, que precisaram que "é uma questão complexa e queremos fazê-la direito".
Os embaixadores dos 28 países da Aliança se reunirão amanhã de novo, pelo quinto dia consecutivo, para tratar a situação na Líbia, concretamente o plano de operações para o cumprimento da zona de exclusão de voos sobre a Líbia e a direção de execução do embargo de armas ordenado pela ONU.
As reservas da Turquia (o único país muçulmano da organização) e da Alemanha a participar dos ataques que começaram na sexta-feira estão causando boa parte dos atrasos na hora de decidir o possível papel da Aliança, segundo indicaram diferentes fontes diplomáticas.
Outro fator de complicação é que vários países árabes que não pertencem à organização se comprometeram a apoiar as potências ocidentais.
A França assegurou nesta segunda-feira que a Liga Árabe não quer transferir a direção das operações à Aliança, que segue discutindo o que fazer.
As discussões na sede da Otan se desenvolvem enquanto ocorre uma série de movimentos diplomatas em países europeus e árabes.
O ministro de Exteriores francês, Alain Juppé, assinalou nesta segunda-feira que a Otan está preparada para oferecer seu apoio em "uns dias" à operação militar.
Juppé, que assistiu em Bruxelas a uma reunião de ministros de Exteriores da UE, afirmou que "muitos países desejariam passar a operação sob a bandeira da Otan", mas também ressaltou que "é preciso levar em conta a opinião dos países árabes".
A ministra de Exteriores espanhola, Trinidad Jiménez, ressaltou que a participação da Aliança "não é imprescindível", já que por enquanto a coalizão internacional conseguiu aplicar os termos da resolução 1973 aprovada na sexta-feira passada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para proteger à população civil líbia.
Por sua parte, a Itália advertiu que se coloca a retomar o controle de suas bases militares, das que estão partindo aviões da coalizão internacional que ataca a Líbia, em caso do comando da operação não passar pelas mãos da Otan.
"Se há uma multiplicação de comandantes, o que seria um erro em si mesmo, teríamos que buscar fórmulas para que a Itália retome o controle de suas próprias estruturas", disse também em Bruxelas o ministro de Exteriores italiano, Franco Frattini.
Roma insiste que a Aliança Atlântica tome a direção da operação internacional, atualmente nas mãos dos Estados Unidos com o apoio da França e Reino Unido.