Exército afegão: como parte desta estratégia está a suspensão do treino por parte dos EUA de mil recrutas da polícia local (Tony Karumba/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 09h05.
Cabul - A missão da Otan no Afeganistão (Isaf) anunciou nesta terça-feira que decidiu reduzir a cooperação com o exército afegão e que iniciou uma revisão de seus contatos com a população local por causa da recente onda de violência que assola o país.
Em comunicado, a Isaf justificou a decisão pelo ambiente adverso que se criou no país após a divulgação do vídeo desrespeitoso ao profeta Maomé e pelos ataques de membros das forças afegãs a soldados estrangeiros.
"Estes eventos fazem com que as tropas da Isaf aumentem a vigilância e revisem cautelosamente todas as atividades e interações com a população local", disse o organismo multilateral.
De acordo com a nota, o chefe da missão aliada, geral John Allen, "pediu a todos os comandantes operacionais que revisem as forças de proteção", o que levará "a ajustes em como, quando e onde as tropas da Isaf atuam".
"As operações se conduzirão de modo que o risco para nossas tropas diminuam mas o êxito da missão seja garantido", ressaltou a Isaf.
No início do mês, Allen já tinha anunciado uma ampla estratégia para abordar os contínuos ataques internos praticados por militares e policiais afegãos, que neste ano tiraram a vida de mais de 50 soldados estrangeiros.
Como parte desta estratégia está a suspensão do treino por parte dos EUA de mil recrutas da polícia local.
O país asiático, naturalmente conflituoso em função de uma guerra que já dura mais de dez anos, ficou anda mais convulsivo nos últimos dias com a onda de protestos contra o vídeo produzido nos EUA e considerado ofensivo ao profeta Maomé pelos muçulmanos.
Pelo menos nove estrangeiros e três afegãos morreram hoje em um ataque suicida em Cabul, e ontem dezenas de policiais ficaram feridos durante violentos protestos na capital afegã.