Três soldados da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan no Afeganistão morreram neste sábado na explosão de uma mina no sul do país (AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2011 às 14h55.
Cabul - Três soldados da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan no Afeganistão morreram neste sábado na explosão de uma mina no sul do país, anunciou neste domingo a Isaf, o que eleva para oito o número de soldados estrangeiros mortos neste dia, o mais violento para a organização até o momento este ano.
No sábado pela manhã, cinco soldados da Otan morreram em um atentado suicida reivindicado pelos talibãs no quartel-general do exército do Afeganistão para o leste do país.
Um porta-voz da Isaf, o comandante Tim James, confirmou à AFP que realmente foi um atentado suicida contra o quartel-general situado na zona de Gambiri, perto de Jalalabad, importante cidade do leste afegão.
O atentado foi realizado por um homem-bomba que usava o uniforme do exército. Ele estaria infiltrado entre os militares há mais de um mês. Cerca de cem militares da Isaf, que se dedicam principalmente a assessorar o exército afegão, permanecem nesta base da província de Laghman.
Os talibãs reivindicaram o atentado, um dos mais violentos desde que as forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos entraram no Afeganistão em 2001. Este ataque foi o décimo atentado suicida desde o início de abril no país e o quinto em três dias contra as forças de segurança afegãs ou da Otan.
Na sexta-feira, um camicase acionou sua carga explosiva depois de ter conseguido entrar no quartel-general da polícia de Kandahar, principal cidade do sul afegão, matando o chefe da polícia provincial e dois de seus guarda-costas.
Kandahar, reduto histórico dos talibãs e um dos principais redutos da rebelião, é cenário frequente de ataques rebeldes violentos, que têm como alvo essencialmente as forças de segurança afegãs, que devem substituir as tropas da Otan em todo o país até o fim de 2014.
A Otan prevê transferir para as forças afegãs a responsabilidade de manter a ordem e a segurança no território do Afeganistão, entre julho próximo e o final de 2014.
Desde 1o. de janeiro de 2011, ao menos 128 soldados estrangeiros morreram no Afeganistão, segundo o site independente icasualties.org.
O ano de 2010, durante o qual morreram 711 soldados estrangeiros foi o mais violento para a coalizão desde o início da intervenção no Afeganistão, em 2001. Mais de 2.400 soldados estrangeiros morreram nos quase dez anos de conflito.
Cerca de 132.000 soldados da Otan apoiam o governo de Cabul ante a insurreição dos talibãs, que foram derrubados em 2001 pelas forçar internacionais.
Os atentados suicidas e a colocação de bombas caseiras à beira das estradas são os principais tipos de ação realizados pelos rebeldes, que atacam principalmente policiais e militares, tanto afegãos como da Otan, mas que também provocam a morte de inúmeros civis.
Na quinta-feira, a secretária de Estado americana Hillary Clinton advertiu sobre as consequências de uma retirada precipitada das forças da Otan do Afeganistão, e afirmou que uma decisão nesse sentido acabaria fazendo jogo dos talibãs.
"Devemos garantir que os sacrifícios não sejam questionados por uma política oportunista e uma reflexão em curto prazo", declarou Hillary Clinton em um discurso ante os ministros das Relações Exteriores dos países membros da Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão (Isaf). As forças americanas devem iniciar sua retirada de Afeganistão a partir de julho.