Mundo

Otan garante defesa da Estônia após incursão de caças russos

Secretário-geral Mark Rutte afirma que Aliança defenderá “cada centímetro” do território estoniano

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 11h11.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou nesta terça-feira que a incursão de três caças russos no espaço aéreo estoniano na última sexta-feira não escalou por não representar uma "ameaça imediata", mas advertiu a Rússia de que a Aliança defenderá "cada centímetro de seu território".

"As forças da OTAN interceptaram e escoltaram rapidamente as aeronaves sem que houvesse uma escalada, já que não se considerou que existia uma ameaça imediata", disse Rutte em entrevista coletiva após reunião solicitada pela Estônia para consultas sobre a violação de seu espaço aéreo em 19 de setembro por três aviões russos MiG-31.

O Conselho do Atlântico Norte, principal órgão de tomada de decisões da OTAN, reuniu-se depois que a Estônia invocou o artigo 4º do Tratado de Washington, que permite a realização de consultas quando um país teme por sua segurança.

Solidariedade e alerta à Rússia

Os embaixadores aliados emitiram uma declaração de solidariedade à Estônia e condenaram firmemente as "ações imprudentes da Rússia", que representam uma escalada, acarretam risco de erros de cálculo e colocam em perigo vidas humanas.

"Os aliados reafirmaram mais uma vez que nosso compromisso compartilhado com a defesa coletiva é inabalável", afirmou Rutte.

"Não queremos que a Rússia continue com este perigoso padrão de comportamento, seja intencional ou não, mas estamos preparados e dispostos a continuar defendendo cada centímetro do território aliado", acrescentou.

Preparação e capacidade de dissuasão

Rutte destacou que a OTAN garantirá sempre a defesa e a capacidade de dissuadir quando necessário:

"Somos uma aliança defensiva, sim, mas não somos ingênuos. Portanto, vemos o que está acontecendo e se é intencional ou não. Se não for intencional, então é uma incompetência flagrante. E, claro, mesmo que seja incompetência, ainda temos que nos defender", pontuou.

O secretário explicou que o comandante supremo aliado na Europa (SACEUR), general americano Alexus Grynkewich, "tem a prerrogativa e a responsabilidade gerais, bem como todas as possibilidades", em caso de ameaças.

Operações e exercícios

No caso da Estônia, a OTAN mobilizou aviões suecos, finlandeses e italianos "para garantir que esses três MiGs (russos) saíssem do espaço aéreo estoniano", assinalou.

"Aconteça o que acontecer, estaremos lá, e isso não nos impedirá de continuar apoiando a Ucrânia, inclusive com mais vigor e determinação", advertiu a Moscou.

Rutte ressaltou que essas incursões e a resposta da OTAN demonstram que "o sistema funciona" e que, "se necessário, não hesitaremos" em responder.

"Farão o que for necessário para defender nossas cidades, nosso povo e nossas infraestruturas", mas "isso não significa que sempre vamos derrubar imediatamente um avião".

"Como eu disse, avaliaremos a situação em tempo real, com base em critérios claros e em toda a informação de inteligência disponível", acrescentou.

Sentinela Oriental e presença naval

Para reforçar o lado leste, a OTAN iniciou este mês a operação 'Sentinela Oriental', enquanto prossegue com manobras conjuntas para garantir preparo contra qualquer ameaça.

Rutte destacou ainda que "o maior porta-aviões do mundo, USS Gerald Ford, está na área e realizando exercícios com aliados de todo o continente", reforçando a capacidade de operar juntos em diferentes âmbitos e à distância.

"Este exercício defensivo, planejado há muito tempo e sem relação com os acontecimentos atuais, é muito relevante para nossa prontidão e capacidade de dissuasão", concluiu.

Incidentes com drones

Sobre a presença de drones que forçou o fechamento dos aeroportos de Copenhague e Oslo, Rutte disse que a Dinamarca está avaliando o ocorrido "para se certificar do que está por trás".

"Estamos em contato próximo a respeito, por isso é muito cedo para dizer qualquer coisa", finalizou.

Acompanhe tudo sobre:RússiaOtanEstônia

Mais de Mundo

Escassez de combustíveis afeta distribuição de material para segundo turno na Bolívia

Inflação na Argentina sobe 2,1% em setembro, maior alta desde abril

Trump condiciona apoio a Milei ao resultado da eleição: 'se perder, não seremos generosos'

Madagascar: Entenda a crise que fez presidente fugir do país e terminou em golpe militar