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Otan denuncia militarização da Crimeia um ano após anexação

Esta península ucraniana foi anexada pela Rússia em março, depois de três semanas de ocupação pelas forças russas

O comandante das forças da Otan na Europa, Philip Breedlove: "vemos que a Crimeia tornou-se uma plataforma de projeção militar" (Armend Nimani/AFP)

O comandante das forças da Otan na Europa, Philip Breedlove: "vemos que a Crimeia tornou-se uma plataforma de projeção militar" (Armend Nimani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2015 às 14h49.

Kiev - O comandante das forças da Otan na Europa, Philip Breedlove, denunciou a "militarização" da Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia há um ano, que abrigaria, atualmente, mísseis de cruzeiro cobrindo toda a extensão do Mar Negro.

"A Rússia implantou sofisticados sistemas (...) Constatamos sistemas de mísseis terra-ar que cobrem 40% do Mar Negro, e há mísseis de cruzeiro que cobrem praticamente toda" a zona, disse o general americano em uma entrevista no domingo à emissora ucraniana 1+1.

"Vemos que a Crimeia tornou-se uma plataforma de projeção militar", acrescentou.

Esta península ucraniana foi anexada pela Rússia em março, depois de três semanas de ocupação pelas forças russas, seguidas de um referendo não reconhecido por Kiev nem pela comunidade internacional.

A anexação da Crimeia pela Rússia foi seguida pela eclosão do conflito armado no leste da Ucrânia entre separatistas pró-russos e o exército ucraniano, que deixou mais de 6.000 mortos em 11 meses.

Questionado sobre o número de tropas regulares russas no leste rebelde da Ucrânia, cuja presença tem sido denunciada pelo Ocidente e Kiev, mas negada por Moscou, o general Breedlov se recusou a dar um número preciso.

"As forças vem e vão" pela fronteira no sudeste, que escapa ao controle do governo de Kiev, explicou o militar. "Para apoiar as tropas russas e os combatentes separatistas pró-russos na Ucrânia, equipamentos, homens e dinheiro circulam continuamente", acrescentou.

Breedlov não soube confirmar a retirada completa das armas pesadas da linha de frente, prevista pelos acordos de Minsk, assinados em 12 de fevereiro.

"Nós vemos movimentos de artilharia pesada de ambos os lados. Mas nós não sabemos o que acontece com a artilharia a leste da linha de frente, porque os observadores da OSCE não têm acesso", disse.

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