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Otan defende Misrata, mas bombardeios continuam

São usados nos ataques mísseis, de fabricação russa

Porta-voz em Misrata disse que oito nativos foram mortos durante as lutas de terça-feira (Chris Hondros/Getty Images)

Porta-voz em Misrata disse que oito nativos foram mortos durante as lutas de terça-feira (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2011 às 11h20.

Trípoli - Ataques aéreos da Otan obrigaram forças do governo líbio a recuar de uma de suas posições na cidade sitiada de Misrata de terça para quarta-feira, mas elas retomaram o bombardeio da zona portuária nesta quarta-feira, disse um porta-voz dos rebeldes.

Um navio que esperava na costa para retirar mil trabalhadores migrantes da cidade aproveitou um intervalo nos bombardeios, que reduziram grandes porções da cidade a escombros, para aportar. Não ficou claro se a embarcação havia partido quando os disparos recomeçaram.

Misrata, enclave rebelde do oeste que oferece uma rota marítima para o coração dos insurgentes no leste, é o alvo do esforço de Muammar Kadafi para sufocar o levante contra seu governo de quatro décadas. Mas nem o Exército nem os rebeldes, apoiados pelos ataques aéreos da Otan liderados por Grã-Bretanha e França, obtiveram uma vitória decisiva após semanas de combates.

"As forças de Kadafi recuaram da zona portuária, onde estavam posicionados ontem (terça-feira), depois dos ataques aéreos da Otan, que destruíram completamente 37 veículos militares", afirmou o porta-voz rebelde, chamado Reda, à Reuters em Argel por telefone de Misrata.

"Nesta manhã as forças de Kadafi começaram a bombardear uma área cerca de 10 km ao norte da cidade, conhecida como Área do Aço. O bombardeio ainda está em andamento. Estão usando mísseis Grad... aviões de Guerra estão sobrevoando as cercanias de Misrata, mas não ouço som de ataques", disse ele.

Os mísseis Grad são de fabricação russa e são usados em disparos múltiplos, geralmente feitos da caçamba de caminhonetes.

Ajuda por mar

Horas antes de o bombardeio ser retomado, a Organização Internacional para Migração (IOM na sigla em inglês) disse que uma embarcação aportou em Misrata com o objetivo de evacuar líbios feridos nos combates, além de trabalhadores migrantes, para o reduto insurgente de Benghazi, no leste líbio.


"O Red Star One acabou de aportar e está descarregando suprimentos de ajuda médica, incluindo ambulâncias", declarou um porta-voz durante uma pausa nos bombardeios.

Um porta-voz rebelde em Misrata, terceira maior cidade da Líbia, disse que oito nativos foram mortos durante as lutas de terça-feira, mais do que os três mortos relatados.

"Houve um bombardeio muito intenso na zona portuária e em outra área a sudoeste de Misrata, cerca de 4 km distante do centro, afirmou Rami à Reuters por telefone do local. A linha foi cortada antes do porta-voz poder dar maiores detalhes.

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