Rasmussen: o secretário-geral da Otan disse que autoridades da aliança militar não realizarão mais encontros de alto nível com seus colegas russos (Jock Fistick/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2014 às 17h21.
Bruxelas - A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou uma revisão completa de sua cooperação com a Rússia nesta quarta-feira para tentar pressionar Moscou a recuar na questão da Ucrânia e disse que suspenderá os planos para uma missão conjunta relacionada às armas químicas da Síria.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que autoridades da aliança militar não realizarão mais encontros de alto nível com seus colegas russos, ao mesmo tempo em que intensificarão o envolvimento com as lideranças militar e civil da Ucrânia.
"Também decidimos que nenhuma reunião civil ou militar com a Rússia acontecerá por enquanto", disse Rasmussen a jornalistas depois de uma reunião entre autoridades da Otan e da Rússia em Bruxelas.
A Otan está em negociações com a Rússia para uma possível missão conjunta para proteger um navio dos Estados Unidos que vai destruir armas químicas da Síria.
Sob um acordo entre EUA e Rússia fechado depois que um ataque químico matou centenas de pessoas ao redor de Damasco no ano passado, o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, deveria ter entregue mais de 1.300 toneladas de produtos químicos tóxicos em 5 de fevereiro para destruição no exterior.
A relação da Otan com a Rússia melhorou desde o fim da Guerra Fria, mas se deteriorou após a expansão da aliança de defesa para o leste a fim de acolher antigos países comunistas no Leste Europeu e na guerra na Geórgia, em 2008.
A aliança suspendeu brevemente a sua cooperação formal sobre ameaças à segurança depois da guerra, mas retomou em 2009. Desde então, coopera com Moscou em uma variedade de áreas, incluindo a missão militar da aliança no Afeganistão, em projetos de combate às drogas no Afeganistão e no combate ao terrorismo e pirataria.