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Os supermercados que menos agridem os oceanos (e os piores)

Relatório da Ong ambientalista Greenpeace avalia se os supermercados adotam políticas de compra e venda de pescados e frutos do mar que seguem práticas sustentáveis


	Whole Foods: rede deixou de vender peixe e frutos do mar que têm origem insustentável
 (Getty Images)

Whole Foods: rede deixou de vender peixe e frutos do mar que têm origem insustentável (Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 4 de junho de 2013 às 17h41.

São Paulo – Um novo relatório da Ong ambientalista Greenpeace divulgado nos EUA avaliou os supermercados de acordo com suas práticas de compra e venda de animais marinhos. O objetivo era identificar quais adotam políticas de sustentabilidade nessa ceara e, por tabela, acabam tendo impacto reduzido sobre a vida nos oceanos.

A preocupação justifica-se. Estudos mostram que as reservas de peixes e outros frutos do mar estão se exaurindo em ritmo preocupante, o que coloca a biodiversidade marinha em risco. Um dos mais recentes, publicado na revista Science, indica que mais da metade das populações de peixes estão em declínio, levando a perdas econômicas anuais de US$ 50 bilhões.

Baseado em critérios de pesca e aquicultura sustentáveis, o ranking do Greenpeace leva em conta, por exemplo, a venda e compra de peixes de espécies listadas no site http://www.fishbase.org como tendo "resistência muito baixa" e/ou "alta para muito alta vulnerabilidade".

Outro importante fator avaliado é o uso de quaisquer dos seguintes métodos para capturar os animais: explosivos ou venenos, arrasto demersal (prática onde duas embarcações puxam uma grande rede que se arrasta por todo o fundo), arrasto de vara ou draga.

Avalia-se também se os animais têm origem de reservas consideradas sobreexploradas, esgotadas, ou em declínio a curto, médio ou longo prazo.


Além disso, é levado em em conta o uso de práticas indiscriminadas de pesca que resultem na captura acidental de indivíduos juvenis e de outras espécies que não são o alvo da pesca – em ambos os casos, a incidência não pode superar 25% do peso total da rede.

Whole Foods dá exemplo

Quem lidera o ranking do Greenpeace é a rede supermercados Whole Foods, que em abril de 2012 tomou uma decisão que acabaría por  contribuir em muito para sua classificação: ela anunciou que deixaria de vender peixe e frutos do mar que tivessem origem insustentável.

Ao fazer isso, a rede levou ao extremo a sua apolítica de compra e venda de peixes, que desde 2010 previa a classificação dos produtos em três categorias - verde, amarela e vermelha. A primeira inclui espécies abundantes e capturadas de forma “amigável”, enquanto a segunda apresenta certa precaução quanto ao método de pesca. Já a última delas, proibida desde o ano passado, identificava espécies de pesca predatória, captura acidental ou ainda métodos que causam sérios impactos ambientais.

Veja o ranking com os cinco melhores desempenhos e os piores:

Os 5 melhores Pontuação Política Iniciativa Transparência
Whole Foods      7. 31  8 7. 49  78.34   63.5
Safeway      7.11  78.83  7 7. 9 4   6 7. 5
Trader Joe’s      7. 01  80.72  70.18  41.5
Wegmans      6.92  7 7.17  89.61  62
Harris Teeter      6.68  75.02  64.59  76.5
Os 5 piores Pontuação Política  Iniciativa  Transparência
BI-LO   1 .15  0  0  0
Publix   3.21  25  42.5  27
Kroger   4.42  54.82  58  44
Supervalue   4.87  62.68  5 6 .18  34
Giant Eagle   5.18  52.53  55  56.55
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