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Os rebeldes moderados sírios, uma miríade de batalhões

Os rebeldes moderados sírios, apoiados pelos Estados Unidos na luta contra o Estado Islâmico, são milhares de batalhões mal equipados e debilitados


	Combatente do Exército Livre Sírio: EUA não citam os grupos que planejam ajudar
 (Khalil Ashawi/Reuters)

Combatente do Exército Livre Sírio: EUA não citam os grupos que planejam ajudar (Khalil Ashawi/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2014 às 12h49.

Os rebeldes moderados sírios, os quais Washington planeja apoiar contra o grupo Estado Islâmico (EI), são uma miríade de batalhões mal equipados e debilitados pela guerra que travam contra os jihadistas e o regime de Bashar al-Assad.

Quem são estes rebeldes?

Os Estados Unidos não citam os grupos que planejam ajudar, mas são principalmente unidades designadas sob o nome de Exército Sírio Livre (ESL), primeira coalizão rebelde que lutou militarmente contra o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, antes de se dividir em diversos grupos, alguns islamitas e outros não.

Um dos principais grupos que devem ser ajudados é a Frente dos Revolucionários da Síria, uma aliança de tendência laica criada no fim de 2013 como reação à Fundação da Frente Islâmica (rebelião salafista).

Outra estrutura laica que Washington apoia se chama Hazem, fundada em 2014 e que conta com 15.000 combatentes.

Também existem outros pequenos grupos e o Estado Maior do ESL, dirigido pelo general Abdelilah al-Bashir, que depende da oposição síria apoiada pelo Ocidente, mas já não tem influência em terra.

O secretário de Estado americano, John Kerry, falou de "dezenas de milhares de combatentes", incluindo laicos e islamitas, que representam uma força legítima e têm um sólido passado na luta contra o EI.

A maior parte destes grupos operam no norte da Síria, em particular nas províncias de Aleppo e Idleb, mas alguns também combatem em Hama (centro) e Deraa (sul).

Por que são chamados de moderados?

Diferentemente do EI ou da Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda, "nenhum destes grupos tem a intenção de criar um emirado ou um Estado islâmico", afirma Ibrahim al-Idlebi, um militante opositor a Assad de Idleb.

"Querem um Estado civil, sem ideologia religiosa. Seu objetivo é que o regime caia e a opressão acabe", acrescentou.

Para Aron Lund, especialista da rebelião síria, tudo "depende de como a palavra moderado é definida". "Trata-se de sua ideologia, do fato de que não violam os direitos humanos ou do simples fato de que estão dispostos a trabalhar sob as instruções dos estrangeiros?", se perguntou.

A distinção se torna imprecisa como consequência das colaborações locais entre moderados e jihadistas da Al-Nosra, que Washington considera uma organização terrorista, para combater seus inimigos comuns, o regime de Assad e o EI.

"Nas regiões sitiadas (pelo exército de Assad), é impossível fazer a ajuda militar chegar. Portanto, todos os combatentes lutam juntos", explicou Idlebi.

"Em tempo de guerra, uma pessoa tem que se aliar com o inimigo de seu inimigo", acrescentou.

Qual seu peso militar?

Desde o surgimento do EI na Síria, em 2013, os rebeldes perderam muito espaço. O EI os expulsou do leste e de uma parte do norte e o exército regular os retirou do centro.

Os grupos de tendência laica estão mal equipados frente ao regime e ao EI.

Onde serão treinados?

O presidente Barack Obama anunciou que a Arábia Saudita, um país aliado de Washington, aceitou que as tropas rebeldes sejam treinadas em seu território, e também concordou em equipá-las.

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