Paris - As revoltas do mundo árabe, a crise da dívida, a morte do líder da Al Qaeda, Osama bin Laden e a catástrofe de Fukushima estão entre os acontecimentos que marcaram 2011.

Janeiro

- 14: Tunísia - Depois de 23 anos de reinado, o presidente Ben Ali foge para a Arábia Saudita sob pressão da revolta popular que surgiu em dezembro.

Fevereiro

- 11: Egito - O presidente Hosni Mubarak, no poder desde 1981, renuncia no 18° dia da revolução popular e transfere os poderes ao Exército. O processo contra ele, acusado de corrupção e assassinato de manifestantes, começa no dia 3 de agosto.

- 14: Bahrein - Início de uma manifestação, convocada pelos xiitas, contra a monarquia sunita. Destacamento de tropas dos países do Golfo em ajuda.

- 15-16: Líbia - Explode no leste do país uma rebelião contra o regime de Muammar Kadafi, no poder há 42 anos. A oposição cria o Conselho Nacional de Transição (CNT), que será reconhecido pela ONU e outros 60 países. No dia 19 de março, tem início uma intervenção militar de uma coalizão liderada por Washington, Paris e Londres, sob o comando da ONU, para parar a repressão. No dia 31, a Otan assume o controle da operação. Os rebeldes tomam Trípoli em agosto.

- 20: Marrocos - Começam as manifestações de milhares de jovens para pedir mais democracia e menos corrupção. Uma nova Constituição, adotada em julho por referendo, reforça os poderes do primeiro-ministro e do parlamento.

- 25: Irlanda/Portugal - O primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, torna-se a primeira vítima da crise da dívida na Europa, com a derrota de seu partido nas legislativas. Em março, o primeiro-ministro socialista português, José Socrates, renuncia. Dublin se beneficiaria de um relaxamento das condições do plano de resgate europeu e Lisboa, de um empréstimo da UE/FMI em troca de um programa de austeridade.

Março

- 11: Japão - Um tsunami gigante provocado por um terremoto de magnitude 9 próximo à costa nordeste do Japão afeta a central de Fukushima, provocando a catástrofe nuclear mais grave dos últimos 25 anos. O terremoto e o tsunami deixam cerca de 20.000 mortos.

- 15: Síria - Início do movimento de protesto contra o regime de Bashar al-Assad, que será violentamente reprimido (mais de 4.000 mortos segundo a ONU, que acusa as autoridades de "crimes contra a humanidade". Apesar das sanções, Assad continua com a repressão. A Síria é suspensa, em novembro, da Liga Árabe.

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Abril

- 19: Cuba - O líder Fidel Castro, de 85 anos, abandona seu último cargo no poder, a chefia do Partido Comunista (único), durante o VI Congresso do partido, que aprova mais de 300 "diretrizes" destinadas a tornar eficiente o desgastado modelo econômico da ilha.

- 28: Chile - Os estudantes chilenos protestam pela primeira vez, dando início a mais protestos em massa em mais de duas décadas no Chile, reivindicando educação pública gratuita e de qualidade, em um conflito que ainda não se resolveu.

- 29: Reino Unido - Casamento do príncipe William, filho do príncipe Charles, e de Kate Middleton, que passam a ser duques de Cambridge.

Maio

- 2: Paquistão - o chefe da Al Qaeda, Osama bin Laden, é assassinado durante uma operação das forças especiais americanas depois de dez anos de perseguição.

- 14: EUA - Dominique Strauss-Kahn, diretor geral do FMI e favorito dos socialistas nas eleições presidenciais francesas de 2012, é detido em Nova York por agressão sexual a uma camareira do hotel Sofitel em Manhattan. Renuncia do FMI no dia 19 de maio. As diligências nos Estados Unidos são abandonadas no dia 22 de agosto.

- 17: Espanha - Mobilização dos indignados, que expressam descontentamentos sociais, políticos e econômicos. Da Europa aos Estados Unidos, passando pelo Chile, uma primeira jornada mundial dos "indignados", no dia 15 de outubro, reúne milhares de pessoas.

Junho

- 22: Afeganistão/EUA - O presidente Barack Obama anuncia a retirada de um terço dos soldados americanos (33.000) antes do verão de 2012.

- 30: Venezuela - O presidente Hugo Chávez anuncia de Havana que tem câncer. O presidente se submete a um tratamento de quimioterapia que acabou em setembro. No total, foram quatro sessões, três em Cuba e uma na Venezuela. Chávez nunca revelou que tipo de câncer foi detectado.

Julho

- 9: Sudão do Sul - O Sudão do Sul proclama sua independência depois de um conflito de cerca de 50 anos com o Norte.

- 22: Noruega - Atentado a bomba contra a sede do governo norueguês, seguido de um tiroteio contra uma reunião de jovens na ilha de Utoya, próxima a Oslo, perpetrado por um extremista de direita, Anders Behring Breivik (32), com um saldo de 77 mortos.

- 28: Peru - O militar da reserva Ollanta Humala é eleito presidente do Peru.

Agosto

- 2: EUA - depois de várias semanas de duras negociações, o Congresso americano autoriza aumentar o limite da dívida (mais de 14,5 milhões de dólares), que evita que o país entre em moratória.

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- 4: Reino Unido - A morte de um jovem negro de 29 anos, durante uma operação policial em Tottenham (norte de Londres), provoca as maiores revoltas em 30 anos.

- 25: México - Integrantes do cartel Los Zetas incendeiam um cassino de Monterrey (norte), provocando a morte de 52 pessoas. No dia 20 de setembro os corpos de 35 pessoas foram jogados na rua em plena luz do dia no estado de Veracruz (leste).

Setembro

- 23: Nova York - O presidente, Mahmud Abbas, pede oficialmente à ONU o ingresso da Palestina.

Outubro

- 20: Líbia - O líder líbio Muammar Kadafi é capturado e assassinado em seu bastião em Sirte pelos rebeldes.

- 21: EUA/Iraque - Barack Obama confirma a retirada total de 39.000 soldados americanos do Iraque antes do fim do ano.

- 23: Argentina - A presidente Cristina Kirchner é reeleita para outro mandato de 4 anos ao dominar as eleições com 54,11%, em um resultado histórico, o maior desde a restauração da democracia em 1983.

- 27: Zona do Euro - Em Bruxelas, acordo dos 17 países para reforçar o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FESF), a recapitalização dos bancos e a condenação da dívida grega.

- 27: Uruguai - O Parlamento aprova um projeto de lei que declara imprescritíveis os delitos cometidos na última ditadura (1973-1985), revoga os atos da chamada Lei da Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado, aprovada em 1986.

- 31: A população mundial chega aos 7 bilhões de pessoas.

Novembro

- 4: Colômbia - O chefe máximo da guerrilha comunista das Farc desde 2008, Guillermo León Sáenz Vargas, conhecido como 'Alfonso Cano' foi morto por tropas do exército. No dia 26 do mesmo mês as FARC assassinam quatro reféns que tinham sido sequestrados há 12 anos.

-6: Nicarágua - O líder sandinista Daniel Ortega foi reeleito presidente da Nicarágua com mais de 60% dos votos, em eleições que a oposição denunciou como fraudulentas.

- 8: Irã - Relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que manifesta "sérias preocupações" com a característica militar do programa nuclear iraniano. Os ocidentais reforçam suas sanções.

- 9: Grécia - O primeiro-ministro socialista Giorgos Papandreu renuncia, depois de ter surpreendido a Europa com seu projeto de referendo sobre o plano europeu de resgate abortado. Lucas Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, é seu sucessor.

- 12: Itália - Renuncia o chefe do governo italiano Silvio Berlusconi, depois da adoção pelo parlamento de medidas destinadas a acalmar os mercados e a comunidade internacional. O novo primeiro-ministro, Mario Monti, forma um governo de especialistas e apresenta um programa de austeridade e de reativação da economia.

- 23: Iêmen - Desafiado por uma manifestação popular desde o final de janeiro, o presidente iemenita Ali Abdulah Saleh assina em Riad o acordo de transferência de poder que prevê sua saída do poder em fevereiro.

- 25: Marrocos - O islamita Partido Justiça e Desenvolvimento (PJD) ganha as eleições legislativas. O rei Mohamed VI nomeia Abdelilah Benkirane como primeiro-ministro.

- 28/29: Egito - A primeira fase das eleições legislativas no Egito dá a vitória aos islamitas no primeiro turno (65% dos votos), sobretudo no Cairo e em Alexandria.

- 29: Irã/Reino Unido - O saque à embaixada britânica em Teerã por milicianos islamistas provoca indignação internacional.

Dezembro

- 4: Brasil - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi renuncia, se tornando o sexto integrante do gabinete a abandonar o cargo em seis meses depois de ser acusado de corrupção.

- 5: França/Alemanha - Em Paris, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel anunciam um acordo para salvar o euro, com um projeto de revisão dos tratados com sanções automáticas se o déficit superar 3% do PIB.