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Os planos “b” e “c” de May para o caso de a votação do Brexit afundar

Correndo contra o relógio, a primeira-ministra britânica apresenta ao Parlamento a estratégia para fazer o Brexit, enfim, acontecer

A primeira-ministra britânica, Theresa May: correndo contra o relógio, conservadora foi ao Parlamento delinear estratégia para o Brexit (Peter Nicholls/Reuters)

A primeira-ministra britânica, Theresa May: correndo contra o relógio, conservadora foi ao Parlamento delinear estratégia para o Brexit (Peter Nicholls/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 11h45.

Última atualização em 11 de março de 2019 às 10h47.

São Paulo – O Reino Unido entrou em uma semana decisiva: amanhã, 12 de março, está prevista a votação do acordo do Brexit que a primeira-ministra, Theresa May, negociou com a União Europeia. O prazo para a saída do país do bloco europeu é dia 29 de março.

A primeira-ministra agora corre contra o relógio para garantir a aprovação do documento que consolida esse divórcio, aprovado pela maioria da população em um referendo conduzido em meados de 2016. Quase três anos depois, ainda não há sinais de consenso entre os membros do Parlamento do país sobre o acordo que irá nortear os aspectos técnicos e burocráticos da saída do bloco.

No entanto, se o governo for novamente derrotado nesta terça, há ao menos duas outras estratégias na mesa. Segundo May, se isso acontecer, será votada no dia 13 de março uma moção sobre a saída da União Europeia sem um acordo, o temido “no deal”. Assim, quando o dia 29 de março chegar, data na qual o país deixará de fazer parte do bloco, o desligamento será automático, sem qualquer período de transição.

Essa, no entanto, é a pior alternativa: segundo projeções do banco central britânico, o Produto Interno Bruto (PIB) poderia despencar em 8% até 2023 e o índice desemprego saltaria para 7,5%. Se tem uma pessoa que sabe dos riscos envolvidos nesse cenário, esse alguém é Theresa May. E é por essa razão que a primeira-ministra decidiu atrelar a possibilidade ao apoio do Parlamento.

Supondo que a casa não tenha aprovado o acordo no dia 12 de março, tampouco tenha apoiado o plano apresentado no dia 13, então, no dia 14, uma terceira moção será posta em apreciação. Neste caso, o debate será em torno da possibilidade da extensão do Artigo 50, o dispositivo do Tratado de Lisboa que regula o desligamento de um país-membro da UE. A data de saída seria, portanto, alterada.

“São compromissos que estou firmando enquanto primeira-ministra e pretendo me manter firme a eles”, disse May ao Parlamento ao informar sobre os planos, “quero deixar claro: não quero a extensão do Artigo 50. Nosso foco precisa ser em votar um acordo de deixar a União Europeia em 29 de março, caso contrário, iremos participar das eleições do Parlamento Europeu”, lembrou. “Que mensagem iremos passar aos 17 milhões de britânicos que votaram pela saída do bloco há três anos?”

As palavras de May foram duras, é bem verdade, mas mais dura ainda foi a frase final da sua mensagem: “estaremos criando uma borda ainda mais próxima do penhasco em alguns meses”. E que queda será essa.

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