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Os EUA vão proibir antivírus Kaspersky no país por 'risco de segurança'; entenda

As novas restrições às vendas do software russo entrarão em vigor em 29 de setembro

Empresa disse que medida foi tomada em razão do "atual clima gepolítico"

Empresa disse que medida foi tomada em razão do "atual clima gepolítico"

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 21 de junho de 2024 às 09h54.

O governo de Joe Biden anunciou na quinta-feira, 20, que vai proibir a venda do antivírus russo Kaspersky nos Estados Unidos. A secretária de Comércio, Gina Raimondo, disse que a influência da Rússia sobre a empresa representa um "risco de segurança significativo".

O acesso privilegiado do software aos sistemas de um computador poderia permitir-lhe roubar informações confidenciais ou instalar malware e reter atualizações críticas, aumentando a ameaça cibernética, segundo um especialista ouvido pela Reuters.

"A Rússia mostrou que tem a capacidade e a intenção de explorar empresas russas como a Kaspersky para coletar e transformar em armas as informações pessoais dos americanos e é por isso que somos obrigados a tomar as medidas que estamos tomando hoje", disse Raimondo em uma teleconferência com repórteres.

A Kaspersky disse acreditar que a decisão dos EUA foi baseada “no atual clima geopolítico e nas preocupações teóricas, e não em uma avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços da Kaspersky”.

Num comunicado enviado por email, a Kaspersky acrescentou que as suas atividades não ameaçam a segurança nacional dos EUA e que irá procurar opções legais para preservar suas operações no país.

As novas restrições às vendas do Kaspersky, que também vão impedir downloads de atualizações, entrarão em vigor em 29 de setembro.

O Departamento de Comércio também colocará em sua lista de bloqueio duas unidades russas e uma unidade da Kaspersky baseada no Reino Unido por supostamente cooperarem com a inteligência militar russa.

EUA ampliam sanções contra a Rússia

Os Estados Unidos anunciaram novas sanções financeiras para conter o crescente elo tecnológico entre China e Rússia. A intenção é dificultar a modernização do arsenal militar russo durante a guerra na Ucrânia.

Sanções coordenadas pelos departamentos do Tesouro, Estado e Comércio buscam isolar a Rússia do sistema financeiro global e restringir seu acesso à tecnologia bélica.

O Tesouro também restringiu a Bolsa de Valores de Moscou para impedir aporte de investidores estrangeiros em empresas de defesa russas. Sanções atingiram companhias chinesas acusadas de facilitar o acesso russo a equipamentos militares como eletrônicos, lasers e peças de drones.

Além disso, o Departamento de Estado sancionou cerca de 100 entidades ligadas ao desenvolvimento futuro da produção e exportação russa de energia, metais e mineração. Já o Comércio proibiu exportações americanas para endereços específicos em Hong Kong usados para criar empresas de fachada e direcionar bens proibidos à Rússia.

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