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Os direitos palestinos não estão aqui para serem negociados, diz Abbas

O presidente da Autoridade Palestina pediu que os países repudiem a lei "Estado-nação" aprovada em Israel em julho

Abbas: Jerusalém não está à venda, disse o presidente (Carlo Allegri/Reuters)

Abbas: Jerusalém não está à venda, disse o presidente (Carlo Allegri/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 16h58.

Nações Unidas - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, disse nesta quinta-feira nas Nações Unidas que Jerusalém "não está à venda" e criticou Israel e Estados Unidos por, segundo ele, imporem obstáculos para o fim do conflito no Oriente Médio.

"Jerusalém não está à venda. Os direitos do povo palestino não estão aqui para serem negociados", foram as primeiras palavras de Abbas na Assembleia Geral da ONU, inclusive antes da invocação a Alá com a qual os líderes muçulmanos habitualmente iniciam seus discursos.

O presidente da ANP também pediu ao mundo que repudie a lei "Estado-nação" aprovada em Israel, qualificando-a de "racista", e acusou os EUA de serem contra o processo de paz com as decisões tomadas pelo governo de Donald Trump.

Segundo Abbas, os palestinos estavam "ansiosos" diante da ideia de Trump de lançar uma nova iniciativa para a paz, mas as ações da Casa Branca os deixaram "mudos".

Abbas insistiu que medidas como o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel "contradizem" o papel e o compromisso dos EUA com a paz.

Segundo o presidente palestino, os EUA já não podem ser o único mediador no conflito, dada sua parcialidade a favor dos israelenses, embora tenha se mostrado aberto à continuidade das discussões como membro do Quarteto para a Paz.

As ações de Trump, ressaltou, representam uma "ameaça" para a causa palestina, para a solução defendida pela comunidade internacional e são uma "violação" das resoluções das Nações Unidas.

Abbas discursou na Assembleia da ONU depois de Trump afirmar nesta semana que "gosta de uma opção de dois Estados" para Israel e Palestina - seu primeiro sinal de apoio a esta solução para o conflito e que é apoiada pelas Nações Unidas.

O presidente americano mencionou rapidamente essa ideia, e em seguida abriu novamente as portas para uma opção de um só Estado, ressaltando que as duas possibilidades continuam sobre a mesa.

Abbas afirmou que os palestinos estão comprometidos com a solução de dois Estados e abertos ao diálogo. Além disso, ele pediu aos EUA que desistam de suas recentes decisões, incluindo os cortes nas ajudas que oferecem à população palestina.

Ao mesmo tempo, Abbas ressaltou que o apoio humanitário, mesmo que fosse aumentado, não pode ser em hipótese alguma um substituto de uma solução política para o conflito palestino-israelense.

Abbas aproveitou seu discurso na ONU para pedir a todos os países que não reconhecem a Palestina que o façam e que contribuam para aliviar a difícil situação financeira da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) após os cortes dos EUA.

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