Mundo

Os 20 bancos que mais financiam a crise climática global

Segundo relatório, JP Morgan, Citi e Bank of America estão entre as instituições financeiras que mais emprestam dinheiro para empresas do setor de energia suja

Entre 2005 e 2010, grandes bancos do  mundo emprestaram mais de  225 bilhões de dólares para empresas que fazem uso intenso de carvão (Reprodução/ BANKROLLING CLIMATE CHANGE)

Entre 2005 e 2010, grandes bancos do mundo emprestaram mais de 225 bilhões de dólares para empresas que fazem uso intenso de carvão (Reprodução/ BANKROLLING CLIMATE CHANGE)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 15h08.

São Paulo – Em meio às negociações sobre o clima na COP 17, que acontece em Durban, na África do Sul, organizações civis e ambientais lançaram um estudo que aponta os 20 bancos que mais financiam projetos ligados centrais de energia a carvão, grandes emissoras de CO2, e outras soluções de geração de energia suja.

O documento divulgado pela TrackBank, uma rede de ONGs que “rastreia” o setor financeiro, mostra que entre 2005, quando entrou vigor em vigor o Protocolo de Kioto para mitigar as emissões de gases efeito estufa, e 2010, esses bancos (veja lista na próxima página) aportaram mais de 225 bilhões de dólares (cerca de 411 bilhões de reais) em empresas do setor de carvão e combustível fóssil.

Intitulado "Financiamento das Mudanças Climáticas", o estudo analisa o portfólio de negócios de 93 grandes grupos bancários do mundo e o suporte dado para 31 empresas de mineração e extração de carvão e 40 empresas produtoras de eletricidade a partir desse mineral.

JP Morgan, Citi, Bank of America e Morgan Stanley estão entre as instituições financeiras que mais emprestaram dinheiro para empresas do setor de energia suja nos últimos cinco anos. Ao todo, de acordo com o relatório, o financiamento bancou 44% da produção de carvão do mundo e metade do carvão energético.


Por financiarem uma das maiores atividades emissoras de CO2, vilão do aquecimento global, os bancos listados no estudo foram chamados de “assassinos do clima”, pela rede de Ongs.

O estudo mostra ainda que as transações financeiras para esse fim quase duplicaram de 2005 para 2010. “Produtores de carvão dependem de bancos para financiamento dado o enorme custo para construir uma usina de carvão. Uma planta de 600 megawatt custa cerca de dois bilhões de dólares”, diz um trecho do documento.

Confira na tabela abaixo a quantia financiada por cada um dos 20 bancos para minas de carvão de projetos e de geração de energia suja, segundo dados do estudo:

Bancos  bilhões de US$
1 - JPMorgan Chase         $22,329
2 - Citi         $18,564
3 - Bank of America         $16,997
4 -  Morgan Stanley         $16,358
5 - Barclays         $15,544
6 - Deutsche Bank         $15,494
7 - Royal Bank of Scotland         $14,777
8 - BNP Paribas         $14,437
9 Credit Suisse        $12,818
10 -  UBS        $11,093
11 - Goldman Sachs        $9,140
12 - Bank of China        $8,536
13 - Industrial and Commercial Bank of China        $8,346
14 - Crédit Agricole / Calyon        $7,610
15 - UniCredit / HVB        $7,062
16 - China Construction Bank        $6,899
17 - Mitsubishi UFJ Financial Group        $6,723
18 - Société Générale        $6,402
19  - Wells Fargo        $6,106
20  - HSBC        $5,983
Acompanhe tudo sobre:BancosCOP17Emissões de CO2FinançasSustentabilidade

Mais de Mundo

Califórnia promete intervir se Trump eliminar incentivos fiscais a veículos elétricos

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais