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Ortega convoca negociação para resolver crise na Nicarágua

Após protestos que deixaram mais de 320 mortos, Ortega chama a oposição para negociações a partir da próxima quarta-feira, dia 27

Protestos contra o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua (Stringer/Anadolu Agency/Getty Images)

Protestos contra o governo de Daniel Ortega, na Nicarágua (Stringer/Anadolu Agency/Getty Images)

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AFP

Publicado em 22 de fevereiro de 2019 às 06h42.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, convocou nesta quinta-feira (21) uma "negociação" com a oposição, que pede sua renúncia para solucionar a longa crise política desatada por protestos que deixaram mais de 320 mortos.

O mandatário manifestou que o governo está fazendo esforços para "instalar a mesa para a negociação na próxima quarta-feira, 27" de fevereiro, com representantes que a oposição determinar.

Ortega disse que as conversas serão para "abrir uma nova rota (de entendimento porque não podemos mais falar em voltar à situação anterior (aos protestos). Esta é uma etapa que se queimou; foi queimada com todo esse terror a partir de abril".

Os diálogos serão realizados "não mais com essa multidão (que participou das negociações fracassadas), tampouco com meios de comunicação, isso é não é o correto em nenhuma negociação", advertiu.

A Aliança Cívica, que reúne empresários, estudantes e organismos da sociedade civil, nomeou paralelamente, em um comunicado, sua equipe de negociação, integrada por seus membros titulares com seus suplentes e mesmo número de assessores.

O anúncio dos diálogos foi feito por Ortega, durante um ato de comemoração por ocasião dos 85 anos da morte do líder nacionalista Augusto Sandino, ante membros do gabinete, do Exército, da Polícia e seguidores.

A convocação para os diálogos ocorre em um momento em que o governo enfrenta uma profunda crise financeira, com déficit de 315 milhões de dólares, sem fontes de financiamento que normalmente eram pagos com doações e créditos de organismos multilaterais.

O governo interrompeu o diálogo em junho e iniciou uma ação combinada da polícia e dos paramilitares para suspender os bloqueios de vias, instalados por manifestantes durante os protestos, os quais qualificou de tentativa de golpe de Estado.

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