Ideia central gira em torno de transformar o consumo de drogas para uso pessoal como um delito civil, e não mais como uma ofensa criminal (Paula Bronstein/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 11h52.
São Paulo - Se querem continuar com a guerra contra as drogas que continuem, mas o Reino Unido, parceiro de tanto tempo na batalha, deve pular fora. Ao menos é essa a orientação sugerida por um relatório divulgado pela Comissão de Política para Drogas do Reino Unido. Após longos seis anos de pesquisa sobre o polêmico tema, o órgão independente concluiu que a estratégia de repressão adotada é ineficiente e contribui – pasmem – até mesmo com a disseminação do uso de entorpecentes.
A ideia central gira em torno de transformar o consumo de drogas para uso pessoal como um delito civil, e não mais como uma ofensa criminal. A equipe formada por policiais, cientistas, acadêmicos e especialistas sugere, no entanto, uma alternância de política de drogas gradual, começando pela maconha, considerada menos danosa. Com esse novo rumo, os usuários flagrados com volumes reduzido de drogas passariam a receber multas ou encaminhados para tratamento ou sessões educativas. Com isso, as mais 42 mil pessoas condenados no Reino Unido por posse de drogas diminuiriam drasticamente.
Um outro grande argumento que pesa a favor de uma maior liberdade nas políticas contra entorpecentes é, claro, o financeiro. O relatório aponta que os 3 bilhões de libras (cerca de R$ 9,8 bilhões) empregados anualmente para o combater o consumo de drogas têm se mostrado um verdadeiro desperdício. Tudo porque o crescimento no mercado e as novas drogas identificadas todos os anos na União Europeia tornam o investimento ineficaz. Outro fator abordado de forma corajosa pelo relatório é de que nem sempre as drogas causam dependência ou representam problemas para os usuários. Algo, segundo Comissão de Política para Drogas do Reino Unido, deixado embaixo do tapete pelos políticos.