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Órgão de saúde nos EUA é criticado em caso de Ebola

Segundo autoridade, uma “violação de protocolo” fez com que uma enfermeira da cidade de Dallas fosse infectada com o Ebola enquanto cuidava de um paciente


	O hospital no Texas: equipe precisa ser esclarecida a respeito das etapas de tratamento de pacientes
 (Reuters/Mike Stone)

O hospital no Texas: equipe precisa ser esclarecida a respeito das etapas de tratamento de pacientes (Reuters/Mike Stone)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2014 às 11h46.

Chicago - Alguns especialistas de saúde ficaram indignados com a afirmação de uma destacada autoridade norte-americana destacada da área, segundo a qual uma “violação de protocolo” fez com que uma enfermeira da cidade de Dallas fosse infectada com o Ebola enquanto cuidava de um paciente, e disseram que, na verdade, o caso mostra a inadequação das equipes dos hospitais do país para lidar com o vírus mortal.

O doutor Thomas Frieden, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), fez a declaração no domingo em uma coletiva de imprensa e pediu que se investigue como a enfermeira não identificada foi contaminada pelo liberiano Thomas Eric Duncan, primeiro paciente diagnosticado com o Ebola nos Estados Unidos.

Duncan morreu na semana passada no hospital Texas Health Presbyterian.

Especialistas de saúde e de controle de infecções afirmaram que a equipe do hospital precisa ser esclarecida a respeito das etapas de tratamento de pacientes com o Ebola e ter o equipamento de segurança e o conhecimento adequados para evitar infecções.

Não ficou claro de imediato se o hospital texano preparou seu pessoal com simulações antes de internar Duncan, mas uma pesquisa nacional recente com enfermeiras deu a entender que poucas foram informadas sobre os preparativos para lidar com a doença. As autoridades dos hospitais não responderam ao pedidos de comentários.

Alguns especialistas também questionaram a afirmação do CDC de que todo e qualquer hospital dos EUA deve estar pronto para tratar pacientes com Ebola, já que o surto que assola o oeste da África está se disseminando globalmente. Dado o nível de treinamento exigido para fazê-lo, as autoridades de saúde norte-americanas deveriam cogitar selecionar um hospital em cada região como centro de tratamento de casos do Ebola, afirmaram.

“Você não procura um bode expiatório quando tem um surto de doença”, disse Bonnie Castillo, enfermeira e especialista em socorro em desastres da National Nurses United, entidade que funciona como sindicato e associação da categoria no pais. “Temos uma falha no sistema. É isso que temos que corrigir”.

Mais de 4 mil pessoas já morreram na epidemia, que começou em março na Guiné.

Nos últimos meses, o CDC publicou diretrizes detalhadas sobre como lidar com vários aspectos do Ebola, mas a maneira como essa informação é transmitida varia muito, disse Castillo.

Em muitos casos, os hospitais “colocam algo no quadro de avisos alertando os funcionários e as enfermeiras para as diretrizes do CDC. Não é assim que você treina e se torna um especialista”, declarou ela.

O médico Gavin Macgregor-Skinner, especialista em prontidão na saúde pública da Universidade da Pensilvânia, também discordou da afirmação a respeito da violação de protocolo, afirmando que ela só joga o ônus nas enfermeiras.

“Não lhes proporcionamos um programa nacional de treinamento, nem os especialistas necessários, que de fato lidaram com o Ebola em hospitais”.

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