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Organizador da Rio 92 é pessimista sobre Rio+20

Para Liszt Vieira, atual presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Rio+20 não terá caráter resolutivo

Apesar de não ser otimista sobre a Rio+20, ele admite a possibilidade de que ocorra algum avanço no que se refere à governança ambiental que resulte no fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Nathan Gibbs/Creative Commons/Divulgação)

Apesar de não ser otimista sobre a Rio+20, ele admite a possibilidade de que ocorra algum avanço no que se refere à governança ambiental que resulte no fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Nathan Gibbs/Creative Commons/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2012 às 10h01.

Rio de Janeiro - Um dos organizadores do Fórum Global, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), Liszt Vieira, atual presidente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, não tem muitas expectativas para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, programada para junho, no Rio de Janeiro.

“As diferenças são muito grandes. Não dá para comparar”, disse ele à Agência Brasil. Segundo ele, a Rio+20 não terá caráter resolutivo. “Vai ser um balanço dos últimos 20 anos, com algumas recomendações”, disse Vieira, ao acrescentar que não haverá decisões que obriguem os países a executá-las.

Apesar de não ter grandes esperanças em torno da Rio+20, Vieira considerou que o balanço que será feito no encontro é um ponto positivo. “As recomendações também, de certa maneira, serão bem-vindas.”

Ele lembrou que a Rio 92, apesar das dificuldades enfrentadas, resultou em convenções que foram aprovadas pelos governos. Entre elas, as que tratam de clima e da biodiversidade, além de um plano de ação conhecido como Agenda 21. Para Vieira, no caso da Rio+20, ainda há uma grande indecisão. “Ninguém sabe direito o que vai sair”.

Na Rio 92, foi aprovada ainda a criação da primeira Comissão de Desenvolvimento Sustentável, “que acabou sendo esvaziada ao longo do tempo”. Ele também lembrou que, nestes 20 anos, ocorreram conferências anuais do clima e da biodiversidade promovidas pela ONU, que, entretanto, nunca dialogaram entre si, embora tenham aprofundado o debate. “Se nestes 20 anos não foi possível alcançar acordos nessas conferências das partes, dificilmente vai ser alcançado um acordo nesta reunião [Rio+20], que é mais abrangente.”

Segundo Vieira, é o momento de se ter uma visão de conjunto sobre a situação do planeta e a destruição dos recursos naturais. Apesar de não ser otimista sobre a Rio+20, ele admite a possibilidade de que ocorra algum avanço no que se refere à governança ambiental que resulte no fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), sediado em Nairóbi, no Quênia, ou na criação de uma nova agência global.

Em relação ao Fórum Global da Rio 92 e à Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, Vieira disse que houve progressos em termos da participação da sociedade civil no processo. “No Fórum Global, isso era novidade”, lembrou.

“A partir da Rio 92, viu-se que a questão socioambiental era inseparável do desenvolvimento. Os impactos sociais estão ligados à questão ambiental e vice-versa. As questões econômicas e sociais têm impactos ambientais”, completou.

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