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Organização estima 1,7 milhão de manifestantes em Hong Kong

O protesto pacífico deste domingo (18) foi uma demonstração da força de resistência dos manifestantes ao controle da China

Hong Kong: a polícia fala em 128 mil pessoas na manifestação (Chris McGrath/Getty Images)

Hong Kong: a polícia fala em 128 mil pessoas na manifestação (Chris McGrath/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de agosto de 2019 às 15h20.

Manifestantes pró-democracia de Hong Kong enfrentaram chuva torrencial para realizar sua maior manifestação em semanas. O protesto foi uma demonstração de força coordenada por líderes mais moderados que defendem a resistência pacífica ao controle de Pequim sobre a cidade e buscam aumentar a pressão sobre autoridades para responder às demandas dos manifestantes. 

Milhares de manifestantes vestidos principalmente de preto de todas as idades se reuniram no parque Victoria, ponto de partida de alguns dos maiores protestos desses 11 fins de semana de agitação. Jimmy Shan, da Frente Civil de Direitos Humanos, estimou que ao menos 1,7 milhão de pessoas participaram da manifestação. Segundo ele, o número não inclui aqueles que não conseguiram chegar ao parque devido a restrições de tráfego.

Os trens de transporte público não pararam nas estações perto do local da manifestação por causa da superlotação. A polícia, cujos números de público geralmente são mais baixos do que as estimativas dos organizadores, disse que a participação no local designado e durante o período designado foi de 128 mil pessoas. 

O protesto foi pacífico, sem relatos de violência, e tomou as ruas por horas. Os policiais mantiveram um perfil discreto, sem presença visível da polícia antimotim. Muitos manifestantes marcharam por 3 quilômetros até o centro, o distrito financeiro da cidade, enchendo as principais artérias rodoviárias da cidade e passando ao lado dos veículos, desafiando a proibição da polícia a qualquer passeata fora do parque. 

A manifestação de domingo serviu como um indicador do contínuo apoio público em massa ao movimento. Nas últimas semanas, as tensões haviam crescido quando grupos de manifestantes locais mais agressivos frequentemente se chocavam com a polícia, que lançava gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Depois que uma ocupação de dois dias no aeroporto internacional de Hong Kong levou ao cancelamento de centenas de voos e culminou em cenas de multidões enfurecidas, além de um violento confronto com a polícia, alguns líderes da oposição pediram calma.

O forte comparecimento coloca pressão sobre os líderes do governo da cidade e o governo de Pequim para enfrentar a crise política. Ex-colônia britânica, Hong Kong foi devolvida a Pequim em 1997, sob o arcabouço de "um país, dois sistemas", que prometia aos moradores certos direitos democráticos não concedidos a pessoas na China continental.

Mas alguns moradores de Hong Kong acusaram o governo central de erosão de suas liberdades nos últimos anos. As reivindicações do movimento de protesto incluem a renúncia da chefe do governo, Carrie Lam, eleições democráticas e uma investigação independente sobre o uso da força policial. Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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