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Organização cristã alugou crianças para pedófilos

Crianças aos cuidados de uma organização cristã australiana foram alugadas para pedófilos


	Computador usado em operação policial contra a pedofilia na internet: grupo analisa a gestão do "Exército de Salvação"
 (Thomas Coex/AFP)

Computador usado em operação policial contra a pedofilia na internet: grupo analisa a gestão do "Exército de Salvação" (Thomas Coex/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 08h00.

Sidney - Crianças aos cuidados de uma organização cristã australiana foram "alugadas" para pedófilos, segundo denunciou nesta quinta-feira uma testemunha perante a comissão que investiga os abusos sexuais de menores cometidos em instituições do país.

A comissão, que analisa a gestão do "Exército de Salvação" em quatro de seus centros entre 1966 e 1977, se centrou no lar de Bexley, no subúrbio de Sidney, onde a polícia investiga supostos abusos a menores desde 1990.

O inspetor Rick Cunningham explicou o caso de um homem, identificado como F.V., que em 1974 denunciou à polícia como o superintendente de Bexley, Lawrence Wilson, o apresentou a uma mulher vestida com o uniforme da organização acompanhada de um homem.

O casal levou para casa a então criança e a estupraram, uma agressão que F.V. denunciou a Wilson, que ignorou a queixa e castigou várias vezes o menor como represália, declarou Cunningham segundo informou a rede "ABC".

Quando perguntado por advogados do "Exército da Salvação" sobre a existência de uma rede de pedofilia no abrigo, Cunningham disse que "a informação é que vários ex-moradores que iam para casa nos finais de semana, recebiam visitas em Bexley".

As provas dadas por F.V. derivaram em uma acusação contra Wilson por sodomia, agressão comum e ataque indecente, acusações das quais foi desculpado em 1997, 11 anos antes de sua morte.

A comissão, que até a próxima semana analisa o "Exército de Salvação", também acusou trabalhadores da organização cristã e internos de maior idade de abusar sexualmente de internos mais jovens.

A criação desta comissão foi anunciada em novembro de 2012 depois que a polícia de Nova Gales do Sul acusou a Igreja Católica de encobrir casos de pedofilia supostamente organizados, tentar silenciar as investigações e de destruir provas cruciais para evitar processos judiciais.

A comissão de seis membros começou as audiências em abril e deverá emitir um relatório no final de junho, antes de concluir seu trabalho em dezembro de 2014. 

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