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Opositores desafiam governo com passeata na Venezuela

Oposição venezuelana desafia o governo com uma passeata sem autorização pelo centro de Caracas

Estudantes encaram policiais em Caracas: situação na Venezuela preocupa os países vizinhos (Juan Barreto/AFP)

Estudantes encaram policiais em Caracas: situação na Venezuela preocupa os países vizinhos (Juan Barreto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 12h59.

Caracas - A oposição venezuelana desafia nesta terça-feira o governo com uma passeata sem autorização pelo centro de Caracas, na qual o dirigente radical foragido prometeu se entregar às autoridades.

Unidades antidistúrbios da Guarda Nacional Bolivariana, apoiadas por veículos blindados e grupos da Polícia Nacional começaram a se posicionar no início da manhã para fazer frente à manifestação.

O governo já alertou que o protesto não tem autorização para ser realizado e anunciou, além disso, dois atos pró-chavismo para o mesmo setor em que ocorrerão as manifestações oposicionistas. Além de um show pela paz na Praça Venezuela, uma passeata de funcionários petroleiros acontecerá no Palácio de Miraflores, que contará com a participação do presidente Nicolás Maduro

Maduro afirma que as manifestações dos últimos dias são um "golpe de Estado" promovido pelos Estados Unidos.

Na véspera, os Estados Unidos afirmaram que as acusações são "falsas e sem fundamento".

"Apoiamos os direitos humanos e as liberdades fundamentais - incluindo a liberdade de expressão e o direito de reunião -- na Venezuela e em todos os países do mundo. Mas, como temos dito há muito tempo, corresponde ao povo venezuelano decidir o futuro político da Venezuela", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.

Maduro anunciou na noite de domingo a expulsão de três diplomatas americanos acusados de se reunir com os líderes das manifestações.

Na segunda-feira, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, denunciou a ingerência do governo dos Estados Unidos nos recentes protestos estudantis e revelou os nomes dos três funcionários da embaixada na Venezuela, dando 48 horas para que deixem o país.

Os diplomatas expulsos são Breean Marie McCusker, segunda secretária exercendo funções de vice-cônsul na Venezuela; Jeffrey Gordon Elsen, segundo secretário da embaixada que também exerce funções de vice-cônsul; e Kristopher Lee Clark, segundo secretário.


Nas últimas duas semanas, estudantes venezuelanos saíram às ruas de Caracas e de outras cidades do país para protestar contra a crescente crise econômica e a violência. Eles exigiam também a liberação de jovens detidos em outros protestos.

Na quarta-feira passada, depois de uma passeata reunindo milhares de estudantes, acompanhada por líderes da oposição, incidentes foram registrados entre manifestantes, policiais e grupos seguidores do governo. Três pessoas morreram e 66 ficaram feridas.

O governo acusou "grupos da ultradireita infiltrados" com o objetivo de provocar "um golpe de Estado", e responsabilizou o líder opositor Leopoldo López pelas mortes.

López, um jovem economista formado em Harvard e com uma substancial carreira política, está escondido desde que uma ordem de prisão foi emitida na semana passada contra ele, mas no domingo divulgou um vídeo no qual prometeu entregar-se às autoridades durante a passeata de hoje.

A situação na Venezuela preocupa os países vizinhos.

A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) rejeitou os atos de violência nos protestos estudantis que abalam a Venezuela e convocou o diálogo entre governo e forças da oposição.

O bloco sul-americano manifestou sua "rejeição enérgica" aos distúrbios que terminaram com três mortos e dezenas de feridos na semana passada, além de se solidarizar com "os familiares das vítimas", o povo e o governo da Venezuela.

Ao mesmo tempo, fez um "apelo à paz e à tranquilidade nessa nação", reafirmando seu "compromisso com a preservação da institucionalidade e dos princípios democráticos".

Em sua mensagem, a Unasul reiterou sua "defesa da ordem democrática, do Estado de Direito e de suas instituições" e pediu a "todas as forças políticas e sociais do país que privilegiem o diálogo e paz para a solução das diferenças, dentro do ordenamento jurídico constitucional".

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