Venezuela: o líder chavista Diosdado Cabello acusa Enriquez de estar envolvido em um "plano golpista" contra Maduro (Edgard Garrido/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de abril de 2017 às 14h57.
O opositor venezuelano Roberto Enríquez, presidente do partido social cristão Copei e vice-presidente da Organização Democrata Cristã América, ingressou nesta quarta-feira na residência do embaixador chileno em Caracas para pedir "proteção", informou a chancelaria em Santiago, acrescentando que ele permanece no local na qualidade de "hóspede".
"Pediu proteção do Chile alegando diversas circunstâncias políticas", revelou a chancelaria.
"Nosso país atuará nesta matéria de acordo com os princípios jurídicos e humanitários que inspiram sua política externa", destacou a chancelaria, precisando que Enríquez "foi recebido na qualidade de hóspede".
Enríquez lidera a ala conservadora do Copei, partido que perdeu influência nas últimas duas décadas, e integra a coalizão opositora ao governo de Nicolás Maduro.
Segundo o líder chavista Diosdado Cabello, Enriquez está envolvido em um "plano golpista" contra o governo de Nicolás Maduro junto a outros opositores, incluindo o presidente do Parlamento, Julio Borges.
Cabello apresentou em seu programa semanal na TV estatal VTV gravações de conversas telefônicas que supostamente ligariam Enríquez e outros opositores a um plano para "gerar violência" nas ruas visando um "golpe de Estado".
O líder chavista afirmou que já foram detidas três pessoas ligadas ao plano golpista, incluindo um ex-funcionário de Inteligência.
Na semana passada, o governo de Michelle Bachelet chamou para "consultas" seu embaixador em Caracas e pediu às autoridades venezuelanas que assegurem o "estado de direito".