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Oposição venezuelana descarta novo diálogo com Maduro

Presidente do Parlamento, Omar Barboza. disse que oposicionistas não vão cair em estratégias dilatórias para manter o que chamou de "fraude" eleitoral

Omar Barboza: "Não nos somamos a nada que viole a Constituição e desrespeite a soberania popular", declarou em nome da Frente Ampla (Carlos Jasso/Reuters)

Omar Barboza: "Não nos somamos a nada que viole a Constituição e desrespeite a soberania popular", declarou em nome da Frente Ampla (Carlos Jasso/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de maio de 2018 às 18h51.

A oposição venezuelana descartou nesta segunda-feira (21) participar de um novo diálogo com o governo, como propôs o presidente Nicolás Maduro, após ele ser reeleito no domingo em eleições que parte da comunidade internacional considerou ilegítimas.

"Diante da proposta de diálogo (...) não vamos cair em estratégias dilatórias em que se pretende manter como um fato aceito a fraude de ontem", destacou Omar Barboza, presidente do Parlamento de maioria opositora, em coletiva de imprensa.

"Não nos somamos a nada que viole a Constituição e desrespeite a soberania popular", declarou em nome da Frente Ampla, grupo do qual faz parte a coalizão Mesa da Unidade Democrática(MUD), organizações sociais, sindicatos e chavistas dissidentes.

A Frente Ampla reiterou seu repúdio aos resultados das eleições das quais Maduro saiu reeleito com 68% dos votos por considerar que o governo comprou votos e chantageou eleitores beneficiários de programas sociais.

As eleições presidenciais registraram a maior abstenção (54%) da era democrática venezuelana.

Governo e oposição mantiveram negociações fracassadas entre 2017 e o começo de 2018, cujo principal entrave foram as condições eleitorais, denunciaram adversários de Maduro.

A Frente Ampla voltou a convidar Henri Falcón, principal adversário de Maduro que se candidatou apesar de a MUD ter pedido a abstenção, a se somar ao grupo para lutar por "verdadeiras eleições".

Barboza disse que a principal tarefa da oposição será "a reconstrução da unidade nacional de todos os que querem uma mudança".

"Continuamos lutando por eleições livres, com garantias e observação internacional para que se celebrem no último trimestre deste ano", acrescentou o deputado.

Os 14 países do Grupo de Lima, os Estados Unidos e o Reino Unido consideraram as eleições ilegítimas. A União Europeia também havia anunciado que não reconheceria o resultado da votação.

 

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