Mundo

Oposição síria tenta unificar posições em Riad

A reunião acontece na Arábia Saudita, que tem um papel de facilitador no processo


	Bashar al-Assad: é o primeiro encontro com estas características desde o início do conflito sírio em 2011
 (AFP)

Bashar al-Assad: é o primeiro encontro com estas características desde o início do conflito sírio em 2011 (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2015 às 11h54.

Movimentos políticos e grupos armados da oposição síria estavam reunidos em Riad para estabelecer as bases de possíveis negociações com o regime do presidente Bashar al-Assad.

A reunião acontece na Arábia Saudita, que tem um papel de facilitador no processo.

O ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, deu as boas-vindas aos delegados e expressou o desejo de que as conversações apresentem resultados.

A reunião, presidida por Abdulaziz Sager, um saudita que dirige o Gulf Research Centre en Genebra, acontece a portas fechadas em um um hotel luxuoso de Riad e deve prosseguir até quinta-feira.

Este é o primeiro encontro com estas características desde o início do conflito sírio em 2011, uma guerra que provocou 250.000 mortes e forço a fuga de milhões a partir para o exílio.

Representantes políticos e militares da oposição estão em Riad para um processo internacional reativado no fim de outubro em Viena por 17 países e três organizações internacionais.

Os países que tentam ajudar no processo (Estados Unidos, Rússia, Arábia Saudita, Irã e países europeus) estabeleceram um calendário que prevê um encontro a partir de 1º de janeiro entre representantes da oposição síria e o regime de Damasco, antes de um cessar-fogo, a formação de um governo de transição em seis meses e a celebração de eleições em um prazo de 18 meses.

A próxima reunião internacional deveria acontecer em 18 de dezembro em Nova York.

A oposição síria tenta superar suas divisões com o encontro.

A reunião de Riad conta com uma "ampla participação de grupos opositores de dentro e fora da Síria", informou a agência SPA.

Estão excluídas as organizações consideradas "terroristas" como os jihadistas rivais do grupo Estado Islâmico (EI) e da Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda.

Os grupos curdos não foram convidados e organizaram na Síria uma reunião paralela com outros movimentos opositores sobre o futuro político do país.

Assad conta com o apoio do Irã e da Rússia, país que realiza bombardeios aéreos há dois meses na Síria, independentes dos ataques da coalizão internacional contra o EI liderada por Washington.

Ahrar al-Sham, considerado o grupo mais poderoso depois da Al-Nosra e do EI, afirmou que a conferência de Riad deve insistir na necessidade de derrubar o regime sírio, desmantelar os serviços militares e de segurança, preservar a unidade do país e rejeitar o confessionalismo.

Vinte integrantes da Coalizão Nacional Síria, a principal componente política da oposição, com base em Istambul, participa na reunião, que coincide com o encontro anual das monarquias do Golfo, também em Riad.

Acompanhe tudo sobre:PolíticosSíriaBashar al-AssadArábia Saudita

Mais de Mundo

Conversa entre Lula e Trump muda rumo da crise, mas cenário é imprevisível, dizem analistas

Meloni diz não se opor ao reconhecimento do Estado da Palestina, mas com condições

Macron diz que Trump só poderá ganhar Nobel da Paz se 'parar' guerra em Gaza

Trump quer reformular processo de vistos H-1B e atrair profissionais com maiores salários aos EUA