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Oposição síria culpa comunidade internacional por massacre

Cerca de 200 pessoas morreram na quinta-feira na cidade, localizada no reduto opositor de Hama

Annan: Para o grupo islamita, também são responsáveis pelo sucedido em Tremseh o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan (Louai Beshara/AFP)

Annan: Para o grupo islamita, também são responsáveis pelo sucedido em Tremseh o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan (Louai Beshara/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2012 às 21h41.

Cairo - Vários grupos opositores sírios responsabilizaram nesta sexta-feira a comunidade internacional pelo massacre cometido na quinta-feira na cidade de Tremseh por não ter conseguido deter a violência do regime contra a população civil.

A Irmandade Muçulmana da Síria classificou o incidente em Tremseh como o ''mais terrível e duro'' de todos os atos de violência ocorridos na Síria desde o início da revolta contra o regime de Bashar al-Assad em março de 2011.

Cerca de 200 pessoas morreram na quinta-feira na cidade, localizada no reduto opositor de Hama, por bombardeios do Exército e disparos de pistoleiros e outras forças leais ao regime sírio, segundo os opositores, embora o regime tenha responsabilizado supostos grupos terroristas.

''Os denominados países civilizados insistem em desprezar o sangue síria e deixar que o monstro (alusão a Assad) continue matando os filhos da Síria'', indicou a Irmandade Muçulmana em comunicado.

Para o grupo islamita, também são responsáveis pelo sucedido em Tremseh o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, assim como Rússia e Irã, aliados de Damasco, por não ter evitado o fim do derramamento de sangue nesses últimos meses.

Annan se reuniu nesta semana em Damasco com o presidente sírio e viajou a Teerã para impulsionar uma solução pacífica ao conflito na Síria, enquanto a Rússia recebeu opositores sírios, aos quais pediu o diálogo com o regime.


Os demais países ''fingem proteger a paz e a estabilidade mundiais, e depois se calam e evitam assumir sua responsabilidade'', assinalou o grupo opositor, que reiterou seu compromisso em seguir lutando pela queda do presidente sírio.

Mohammed Sarmini, dirigente do Conselho Nacional Sírio (CNS) - principal grupo da oposição no exílio -, afirmou à Agência Efe que ''não espera nada da comunidade internacional porque ela não cumpre com seus deveres'' e criticou seu ''silêncio e incapacidade''.

Sarmini, cujo grupo defende uma intervenção militar estrangeira no país, lamentou a continuidade dos massacres na Síria após o de Houla, na província central de Homs, onde mais de 100 pessoas morreram no final de maio passado, incidente condenado energicamente pela comunidade internacional.

A rede de ativistas Comitês de Coordenação Local considerou que, em Tremseh, foram utilizadas as ''mesmas medidas e instrumentos'' que o regime costuma usar contra os civis.

''Com este massacre, o regime desafia tanto o povo sírio como a comunidade internacional'', apontaram os Comitês, que pediram à população que evite a divisão interna e exigiram à comunidade internacional que assuma suas responsabilidades ''com firmeza e seriedade'' para proteger os civis, tal como estipulam as leis internacionais.

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