Ban Ki-moon: ontem, Ban enviou um convite ao Irã, aliado do regime de Damasco, para que participasse da reunião (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 20h14.
Beirute - A Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança de oposição, anunciou nesta segunda-feira que participará da convenção de Genebra 2, depois de a ONU retirar o convite ao Irã para sua participação.
Em comunicado, a CNFROS "deu as boas-vindas à retirada do convite ao Irã pela ONU". E acrescentou que participará da reunião, prevista para começar quarta-feira na cidade suíça de Montreux, para iniciar a aplicação do acordo conseguido em 2012 na primeira convenção de Genebra.
A CNFROS lembrou que entre os pontos desse acordo está a transferência do poder a um governo interino com todas as prerrogativas, a libertação de prisioneiros políticos e o fim do cerco às zonas assediadas na Síria.
A Coalizão apontou que revelará em breve o nome dos integrantes da delegação que viajará para a Suíça.
A CNFROS finalmente decidiu comparecer ao encontro depois de esta noite o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decidir que o Irã não participaria da sessão plenária da convenção de Genebra que começa em dois dias.
Ontem, Ban enviou um convite ao Irã, aliado do regime de Damasco, para que participasse da reunião.
No entanto, a CNFROS rejeitou essa ideia hoje e deu um ultimato que expirou às 17 (de Brasília) para que a República Islâmica cumprisse uma série de condições, como "a retirada de todas as tropas e milícias (iranianas) da Síria".
Exigiu também que o Irã se comprometesse com todos os pontos do comunicado da primeira convenção de Genebra e cobrou o país a ter "um compromisso positivo" com Genebra 2.
A CNFROS ameaçou solicitar a Ban que retirasse o convite a Teerã, se o Irã não cumprisse essas condições, caso contrário não participaria da reunião.
Esta tarde o secretário-geral da ONU ficou "totalmente decepcionado" com a declaração pública feita por um responsável iraniano de que seu governo não aceitaria que a conferência se baseasse na criação de um órgão executivo de transição, afirmou o porta-voz de Ban, Martin Nesirky. EFE