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Oposição responsabiliza presidente por violência no Egito

"Estamos abertos ao diálogo", mas somente se o presidente retirar o decreto que dá a ele poderes excepcionais, anunciou ElBaradei, ex-diretor da AIEA


	Mohamed ElBaradei, líder opositor egípcio: "Não participaremos de nenhum diálogo se não for anulada a declaração constitucional"
 (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Mohamed ElBaradei, líder opositor egípcio: "Não participaremos de nenhum diálogo se não for anulada a declaração constitucional" (Peter Macdiarmid/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 17h58.

Mohamed ElBaradei, chefe da Frente de Salvação Nacional (FSN), culpou o presidente egípcio, Mohamed Mursi, pelas hostilidades desta quarta-feira entre partidários e opositores do chefe de Estado, no Cairo, e disse que "o regime perde legitimidade dia após dia".

ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz falou durante uma coletiva de imprensa ao lado do ex-chefe da Liga Árabe Amr Moussa e do ex-candidato à presidência Hamdin Sabahi, que fazem parte do FSN.

"Estamos abertos ao diálogo", mas somente se o presidente retirar o decreto que dá a ele poderes excepcionais, anunciou ElBaradei.

"Não participaremos de nenhum diálogo se não for anulada a declaração constitucional", insistiu, classificando o regime de Mursi de "repressivo e autocrático".

"A revolução não foi feita para isso, foi feita por princípios, pela liberdade e pela democracia", disse, referindo-se à revolta popular que pôs fim ao regime de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011.

"O presidente Mursi tem que ouvir ao povo, que tem uma voz clara e forte. Não há legitimidade na exclusão da maioria do povo, não há legitimidade no fato de deixar um grupo dominar o povo egípcio", falou em relação aos Irmãos Muçulmanos, de onde vem Mursi.

"Isto poderia acarretar em violência ou coisa pior", completou.

Confrontos violentos eclodiram na quarta-feira à noite frente ao palácio presidencial no Cairo entre partidários de Mursi e manifestantes que protestavam contra os poderes excepcionais que o presidente se atribuiu e também ao polêmico referendo que se aproxima.

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