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Oposição pede retomada do diálogo e convoca novos protestos na Nicarágua

Diálogo está paralisado desde junho devido à repressão aos protestos e à negativa do governo a propostas como adiantar eleições para 2019

Nicarágua: crise já deixou 317 mortos, embora o governo reconheça apenas 197 (Jorge Cabrera/Reuters)

Nicarágua: crise já deixou 317 mortos, embora o governo reconheça apenas 197 (Jorge Cabrera/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de agosto de 2018 às 20h09.

A oposição nicaraguense pediu, nesta quarta-feira (8), ao presidente Daniel Ortega para retomar o diálogo para buscar uma saída pacífica para a crise em que o país está imerso e convocou novos protestos para exigir a libertação dos "presos políticos".

"Demandamos que sejam dados passos coordenados na mesa de diálogo para proporcionar o fim do clima de confronto", a "liberação de todos os presos políticos e informações sobre as pessoas desaparecidas", pediu a Aliança Cívica pela Justiça e a Democracia em nota lida em coletiva de imprensa pelo líder empresarial José Aguerri.

O diálogo, iniciado em 16 de maio, está paralisado desde meados de junho devido à repressão aos protestos e à negativa do governo a propostas como adiantar as eleições do país de 2021 para 2019.

Ortega rejeitou diversas vezes antecipar sua saída, por considerar que geraria uma anarquia. Ele é presidente desde 2007.

Aguerri disse que vão insistir na convocação de eleições antecipadas como solução para a crise desatada por protestos iniciados em 18 de abril - que já deixaram 317 mortos, embora o governo reconheça apenas 197.

A Aliança, integrada por organizações da sociedade civil como empresários, estudantes, grupos de direitos humanos e camponeses, disse ser urgente que o governo desarme as forças paralimitares criadas para reprimir as mobilizações.

Ainda pediu o fim de todas as formas de repressão, como a criminalização dos protestos, a tomada de terras de empresários e a intimidação a opositores, bispos, veículos de comunicação e defensores de direitos humanos.

A vice-presidente Rosario Murillo acusou os opositores de destruir o país.

"Quem roubou, queimou" propriedades e "promoveu o banho de sangue na Nicarágua agora reclama", disse a também primeira-dama à imprensa oficial.

A Aliança anunciou que neste sábado iniciará novos protestos na capital para exigir a libertação de mais de 135 presos políticos acusados de "terrorismo" por participar das mobilizações.

No domingo, a oposição prevê realizar uma caminhada em Manágua e no dia 15 de agosto uma grande marcha em apoio a dois de seus dirigentes - que serão julgados por terrorismo nesta data.

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